Por Marcello Sigwalt
Caso típico da 'cultura do crime' que se instalou na Capital Fluminense e seus arredores metropolitanos, o furto de cabos de energia deixou sem luz partes do Centro e da Zona Sul, na última terça-feira (10), quando a Light registrou dois casos de furto em 24 horas.
De janeiro a novembro deste ano, a concessionária de energia contabilizou mais de 317 casos e um prejuízo superior a R$ 7 milhões e 45 mil metros de cabos perdidos. Visita técnica realizada pela companhia identificou 'vestígios' do crime, como uma escada de madeira usada para acessar uma câmara subterrânea.
Atingida pela ocorrência, para que fosse garantido o funcionamento da Santa Casa de Misericórdia, foi instalado um gerador, no mesmo dia do furto, que permaneceu até a quinta-feira (12), quando a rede voltou a funcionar. Caso semelhante ocorreu no Leme, em que alguns clientes também recorreram a geradores, à espera do reparo da rede local.
Ao destacar os 'desafios' encarados pelas equipes técnicas, o gerente de Operação e Manutenção das Redes Subterrâneas, Leonardo Bersot, observou que "a reconstrução da rede após o furto de cabos é um trabalho de alta complexidade, que envolve não apenas a reposição do material, mas também ajustes técnicos para garantir a segurança e a qualidade do fornecimento de energia". Numa avaliação preliminar, a Light contabilizou 6 km de cabos furtados - 3 km no Centro e 3 km no Leme - mas os danos totais ainda estão sendo computados.
Por bairros, o centro é o líder do número de casos, com 72 registros, seguido por Copacabana (63 casos) e Leblon (56 casos). Outras regiões impactadas incluem Ipanema, Tijuca, Barra da Tijuca, Laranjeiras, Campo Grande e Flamengo.
Face ao crescimento exponencial do número de furtos, a Light tem desenvolvido diversas alternativas, como rondas realizadas pelo Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis) em áreas com maior incidência de crimes, além da substituição de cabos de cobre por alumínio, material de menor valor comercial, dificultando a revenda por criminosos.
Outra estratégia da companhia de energia seria a instalação de proteções mecânicas, como tubulações de aço galvanizado e concretagem em pontos mais vulneráveis da rede subterrânea, aumentando a segurança dos equipamentos.