Da fase de 'sem teto' para um 'céu de brigadeiro'. As metáforas aeronáuticas remetem à 'decolagem' descrita pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim (RIOGaleão) nos últimos meses, que o capacita a comemorar um fluxo recorde histórico de 4,7 milhões turistas estrangeiros - movimento 30% superior ao registrado em 2023 e o maior já registrado, desde a sua inauguração, em 1977 - antes de este aterrissar em 2025.
A inédita marca também reflete, admitem especialistas, a operação coordenada do Galeão e do Santos Dumont, cuja movimentação anual de passageiros foi limitada a 6,5 milhões a partir deste ano.
De acordo com o especialista em aviação, Leandro Pereira, "a restrição começa a equilibrar o tráfego aéreo entre os aeroportos, incentivando uma maior utilização do Galeão. Atualmente, o aeroporto internacional do Rio é o quarto em movimentação geral, atrás de Guarulhos, Congonhas e Brasília".
Remanejamentos logísticos à parte, as aéreas foram igualmente determinantes para a conquista do resultado excepcional pelo Galeão. Um exemplo é o da Air France, que elevou de sete para dez o número de frequências semanais entre Rio e Paris, no período deste mês a março de 2025, ampliação não vista desde 2020, quando houve reduções de operações, em razão da pandemia.
Outro caso relevante é o da TAP (Transportes Aéreos Portugueses), que manteve, para este verão, 14 voos semanais do Rio para Portugal, dos quais 12 para Lisboa e dois para a cidade do Porto. Segundo o diretor da companhia para as Américas, Carlos Antunes, "estamos mantendo a mesma quantidade de voos. Não reduzimos. A importância do Rio para a TAP é indiscutível. Foi o primeiro ponto nas Américas para onde a TAP voou. Temos confiança absoluta na vitalidade do mercado do Rio de Janeiro, não somente no que se diz respeito a atender à população local, mas também na quantidade extremamente importante de turistas que trazemos. É a cidade que as pessoas confundem com o Brasil".
A ianque American Airlines igualmente aumentou, de sete para 14, o número de voos Rio-Miami, para este fim de ano, sem contar aqueles das rotas Rio-Dallas e Rio-Nova York até março. Além disso, a empresa ampliou de sete para 14 por semana as frequências Rio-Miami neste fim de ano.
Para o prefeito Eduardo Paes, "o Rio atrai visitantes. Bastou uma vontade política do presidente Lula de atender um pleito antigo do Rio que outros governos não atendiam. A gente só não pode retroceder".