Base Exchange quer se tornar maior bolsa 'verde' do planeta

Arrojada, nova bolsa do Rio pretende 'desbancar' rival canadense

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Por Marcello Sigwalt

Com previsão de entrar em operação a partir do segundo semestre de 2025, a Base Exchange, a nova bolsa do Rio, tem planos ambiciosos de se tornar a maior do mundo em investimentos verdes, a ponto de superar da Bolsa de Toronto (Canadá), atualmente a líder global, em quantidade de empresas de mineração. Essa é a expectativa do fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, Mubadala Capital, com atuação planetária.

A meta gigantesca já foi prenunciada pela própria escolha diferenciada da nova bolsa do Rio, cuja 'pegada' principal é converter acionistas de grande porte em investidores, sob a marca da fidelização. Para melhor entendimento, explica-se que o termo 'investimentos verdes' se referem aqueles realizados por empresas com perfil de responsabilidade ambiental, visando consolidar uma economia sustentável e maximizar o retorno financeiro aos investidores.

Dentro dessa perspectiva, a princípio, a estratégia da Base Exchange é de continuar a operar na sede original, na Rua do Catete (Zona Sul), até que a nova, no Flamengo Tower, passe a apresentar lucros significativos. A transição logística, porém, só deve ser concluída no longo prazo, quando todas as operações devem migrara para o Centro do Rio, a reboque de uma atuação mais ampla e impactante economicamente da instituição. No entanto, também não está descartada a opção pelo antigo Edifício da Mesbla, na rua do Passeio, Cinelândia (Centro), devido à sua proximidade com o Aeroporto Santo Dumont.

Na qualidade de concorrente direta da B3 (B3SA3), a Base Exchange pretende negociar ações das maiores bluechips nacionais, como a Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), tendo em vista 'acirrar' a competitividade do mercado de capitais tupiniquim. Tal potencial de expansão é exposto pelo fato de que, entre os países integrantes do G20 (20 maiores economias mundiais), apenas Brasil e Espanha possuírem uma bolsa, enquanto os Estados Unidos apresentam mais de 15 bolsas.

A expectativa do mercado é de que, uma vez definidos nome e logomarca, lançadas as bases tecnológicas, a Base Exchange 'abocanhe' novos sócios, em volume suficiente para o 'trading inicial'. Atualmente, a instituição está promovendo um 'roadshow' simultâneo, no Brasil e nos Estados Unidos, com assessoria financeira da Olimpia Partners e participação direta do acionista controlador, Mubadala, no contexto do "liquidity partnership program", traduzido por programa de parceria de liquidez.

O CEO da Base, Cláudio Pracownik, explica que se trata de "um private placement, em que parceiros estratégicos internacionais e brasileiros adquirem um percentual pequeno da companhia, mas atrelado a um programa de liquidez. Em três anos, quanto mais volume aportar pela minha bolsa e com spreads mais acessíveis, ganham ainda warrant para conversão futura", acrescentando que "não é uma questão de dinheiro, mas de volume, de governança, de parceria de longo prazo".