Capacidade de investigação policial é ampliada em 16 vezes

É o que permitirá novo laboratório de extração de dados da Polícia Civil

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Por Marcello Sigwalt

Com potencial de ampliar, em até 16 vezes, a capacidade de investigação da instituição, a Polícia Civil inaugurou, nessa quinta-feira (19), o Laboratório de Extração de dados da Subsecretaria de Inteligência, na rua do Lavradio (Centro), que demandou investimentos superiores a R$ 23 milhões. Além disso, o espaço concentrará o trabalho conjunto de dez agentes especializados na quebra e extração de informações de dispositivos eletrônicos apreendidos, como celulares e computadores.

A vanguarda tecnológica da instituição pode ser medida, ainda, pela aquisição recente da versão mais atualizada do software Cellebrite Inseyets, a mais moderna plataforma de tecnologia para desbloqueio e extração de dados de celulares e computadores, considerada decisiva na conclusão das investigações do caso Henry Borel, em 2021. Na ocasião, a tecnologia viabilizou o acesso às mensagens entre o padrasto, o ex-vereador Jairinho, e a mãe Monique Medeiros, que confirmaram a prática de agressões físicas recorrentes contra o menino, então com 4 anos.

Ao comentar o fato de que as inovações do laboratório devem contribuir para a redução, pela metade, do tempo das investigações, o delegado Flávio Brito acentuou que "atualmente, a gente só consegue quebrar o sigilo de um celular por vez. Muitas vezes, um aparelho fica guardado por até seis meses, esperando ser periciado. Agora, com o laboratório, vamos conseguir analisar 16 simultaneamente, vai acelerar muito o trabalho investigativo".

Outra vantagem proporcionada pelo equipamento, segundo o delegado, é que toda a extração de dados permanecerá armazenada em 'nuvem', em substituição ao HD externo utilizado anteriormente. "Essa possibilidade vai aumentar a integração das investigações, já que as informações ficarão mais acessíveis. Os policiais poderão ter contato com os materiais a partir do celular, do computador, na delegacia ou em casa. Fora que teremos ferramentas de buscas mais avançadas, então, por mais que um nome não seja citado em uma investigação específica, ele pode aparecer em outra, fazendo com que profissionais de diferentes delegacias possam checá-lo".

O Cellebrite Inseyets foi crucial para a Polícia Federal (PF) recuperar as mensagens apagadas do celular do tenente-coronel Mauro Cid, deflagrando a Operação Contragolpe, que culminou na prisão de cinco militares que conspiraram para matar o presidente da República, seu vice, Geraldo Alckmin e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.