Por Marcello Sigwalt
Em atuação complementar à desenvolvida pelas polícias (militar e civil), o papel da Guarda Municipal será reformulado, o que inclui intervenções em áreas onde o crime organizado não detém o controle do território. Essa é a definição resumida da competência que caberá à Força Municipal de Segurança Armada, anunciada pelo prefeito Eduardo Paes, logo após tomar posse para um quarto mandato à frente do Executivo carioca, ao comentar a criação de um grupo de estudos voltado para a adoção da medida.
Na oportunidade, Paes comentou: "A gente entende que ela pode fazer um policiamento ostensivo mais firme nas áreas da cidade menos conflagradas como, por exemplo, em que a ocupação territorial ou o monopólio do Estado no uso da força não esteja em discussão. Eu acho que, quando você tem a situação extrema do monopólio da força do Estado estar em discussão, compete às forças de segurança pública - Polícia Judiciária, Polícia Civil, o policiamento ostensivo da Polícia Militar - fazer o enfrentamento e retomar esses territórios. Isso é fundamental. Entendemos então que é um trabalho complementar que, de certa maneira, ao que a Guarda Municipal já faz hoje".
Instado sobre as funções cabíveis à nova força, o prefeito admitiu que 'estuda' recrutar egressos das Forças Armadas.
"Essa Força Municipal, nós já começamos a discutir, vamos trabalhar em parceria com a Advocacia Geral da União (AGU), com o próprio Ministério da Justiça, para que a gente possa pegar egressos do sistema de CPOR [Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro], por exemplo, das Forças Armadas Brasileiras. São treinados ali pessoas que ficam por seis, sete ou oito anos nas Forças Armadas", acrescentou.
A medida seria uma 'resposta' à campanha eleitoral de 2024, quando seus concorrentes lhe cobraram um 'combate mais efetivo à violência.
Na réplica, o prefeito criticou seus detratores, por 'excesso de cara-de-pau'.