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Dengue: Prefeitura mobiliza 'exército' de 2 mil agentes

Crescimento exponencial da doença ligou alerta para as autoridades municipais | Foto: Divulgação SMS

Por Marcello Sigwalt

Diante do crescimento alarmante do número de casos e fatalidades decorrentes da contaminação pelos vírus da dengue, da dengue, da chikungunya e do zika) na cidade do Rio de Janeiro (110.940 e 21, respectivamente) no ano passado - a maior incidência em dez anos - a Prefeitura do Rio mobilizou um 'exército' de 2 mil agentes de saúde, a fim detectar os possíveis focos de proliferação do vetor das doenças, o mosquito Aedes aegypti na Capital fluminense, cuja área mais afetada é a de Guaratiba (Zona Oeste). A taxa de incidência foi de 1.756,21 casos a cada 100 mil habitantes. Nesta fase, caberá às equipes da Vigilância Ambiental vistoriaram depósitos, coletaram larvas e enviaram amostras para análise em laboratório.

Em paralelo, outra frente de combate à enfermidade foi aberta pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que está convocando crianças e adolescentes, entre dez e 14 anos, que ainda não tomaram a segunda dose da vacina contra a dengue, para que se imunizem até o dia 31 de janeiro próxima, quando então a pasta passará a disponibilizar a vacina para outra faixa etária.

Dando o tom de 'apreensão' do Poder Público em relação ao problema social, o secretário de Saúde, Daniel Soranz admitiu: "A gente tem uma preocupação muito grande. As crianças de 10 a 14 anos precisam voltar, tomar a segunda dose. Hoje, a gente tem 100 mil crianças que não voltaram para fazer a segunda dose. E a gente vai dar até 30 de janeiro, para que as pessoas voltem a tomar a segunda dose. As crianças que não voltarem até 30 de janeiro, não vão mais poder conseguir fazer a segunda dose, porque a gente vai utilizar essa vacina que está parada para vacinar outra faixa etária".

As estatísticas não mentem. Enquanto que, na 1ª etapa da campanha, em 2024, foram aplicadas 155.756 doses da vacina, na 2ª, esta foi de 55.235 doses. Dessa forma, a segunda dose é uma questão central na guerra contra a dengue, pois ela completa o ciclo de imunização. Nessa lacuna estão em torno de 100 mil crianças, na faixa de dez a 14 anos, que não retornaram às unidades de saúde.

Para a infectologista Luana Sicuro, do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) da Uerj, a imunização pode promover uma redução na severidade da doença. Para ela, "a vacina está estudada e teve uma resposta satisfatória, diminuindo o número de casos dos quatro sorotipos de dengue", ao acrescentar que "mesmo impedindo a pessoa de se contaminar, a vacina reduz as condições graves e as internações", assegura a especialista.