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Turismo se rende ao 'cripto'

Por Marcello Sigwalt

Ganha força no setor do turismo e moda de luxo o uso de criptomoedas, como forma de pagamento, tendo em vista a grande aceitação global pelos ativos digitais. Nesse rol, estão viagens, experiências gastronômicas e aquisições de itens de alto valor, que podem ser adquiridos por Bitcoin ou outros criptoativos. A perspectiva aponta para a ampliação de seu uso, à medida que avançam os processos regulatórios desse setor, tanto no Brasil, quanto na América Latina.

Se antecipando à tendência, o Supermercado Zona Sul é a precursora nacional e referência na prática dessa inovação, cuja rede, inicialmente, passou a receber as criptomoedas em sua loja de Ipanema (Zona Sul), em parceria com a corretora Biffy. Seus clientes podem fazer o pagamento imediato de suas compras, utilizando os ativos digitais. Pouco antes da decisão, a empresa, em caráter experimental, havia instituído pagamentos, mediante reconhecimento facial, na loja modelo da Barra da Tijuca, em decorrência de parceira com a startup Payface, o que reforça seu perfil de vanguarda tecnológica no varejo carioca.

Outro filão que vem sendo alvo de intensa transformação conceitual e tecnológica, o setor de turismo conta com plataformas, como a Travala, que aceita criptomoedas para fins de reserva de hotéis, voos e experiências, alternativa de pagamento que registrou elevação de 46% no volume de transações em janeiro de 2024, em relação a igual mês, do ano anterior. Opção que, parece, chegou para ficar, 80% dos usuários da Travala já usam criptoativos para financiar suas viagens. A plataforma ainda oferece, como alternativa, pagamentos via Binance Pay.

No caso da Binance, a presença da megaempresa digital está sendo intensificada, sobretudo no Brasil e na Argentina, de modo a permitir que parceiros, como a agência de viagens Despegar adotem criptos como meios de pagamento, em que mais de 50% das operações coube à faixa etária jovem, mais receptiva ao uso da tecnologia para comércio ou negócios.