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Freguesia se rende à IA para deter 'onda' de criminalidade

Uso de tecnologia avançada é o último recurso da Freguesia contra a violência local | Foto: Ana Beatriz Parreira-Amabuq

Por Marcello Sigwalt

Um cinturão de câmeras equipadas com IA (Inteligência Artificial) é a nova arma utilizada pelos moradores da Freguesia - bairro de classe média da Zona Oeste, antes conhecido pela tranquilidade - para deter a escalada de violência, devido ao crescimento exponencial de roubos de veículos e assaltos a pedestres.

A expectativa dos moradores é de que o investimento na tecnologia de última geração surta efeito para 'pacificar o local', pois as imagens produzidas pelos equipamentos serão enviadas a uma central 24h, acessadas pela Polícia Militar.

Confiantes no adágio "a união faz a força", os residentes do Anil e da Freguesia reuniram 12 condomínios, 62 casas de rua e sete estabelecimentos, o que deu origem ao projeto Amabuq, que consiste em um cinturão de monitoramento 24 horas nas estradas do Bananal, da Uruçanga e do Quitite, que cruzam seus bairros.

Lançado há uma semana, o projeto inclui 45 câmeras em 20 postes nas três vias, em um perímetro de 2,2 quilômetros, cobrindo 1.700 imóveis. Sua eficácia será testada, a partir da parceria firmada com a Polícia Militar, que atenderá as ocorrências e combaterá a criminalidade, com base nas imagens recebidas pelo sistema de monitoramento local.

Este consiste no uso de Inteligência Artificial por câmeras, para identificação de situações consideradas 'suspeitas' que, após serem confirmadas pela central de monitoramento de uma empresa contratada, acionarão disparos aos moradores e à PM.

Segundo um dos fundadores do projeto, o empresário Luís Calil, "os moradores também têm acesso às câmeras por meio do aplicativo, que tem um botão de pânico para ser acionado em caso de ocorrência suspeita. Esse alerta vai para a central, que o verifica e dispara um comunicado se confirmar que há um cenário de risco. Neste caso, aciona a PM, que terá acesso às nossas câmeras no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). Além dos olhos da IA e dos moradores, o operador humano também poderá fazer, a partir da central, rondas virtuais pelo perímetro, onde espalhamos placas informando, de maneira ostensiva, que a área é monitorada".

"Diante do crescente número de ocorrências especialmente no ano passado, como roubos de veículos e assaltos a transeuntes, me encarreguei de mapear a região: desci e fui caminhando pelas ruas, anotando o número de cada casa, parando na portaria de cada condomínio e pedindo o contato do síndico, até que consegui mobilizar dezenas de associações", detalha Calil.