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Reconhecimento facial: 'arma' para conter desaparecimentos

Ferramenta digital deverá elevar sensação de segurança do público em grandes eventos | Foto: Reprodução site diarioescola

Por Marcello Sigwalt

Mais uma vez, o uso da tecnologia a serviço do bem é unanimidade. Com esse pensamento, o Município do Rio procura se antecipar a um problema recorrente, durante o 'reinado de Momo': o desaparecimento de crianças durante o Carnaval.

Como tentativa de reduzir o número de ocorrências, a administração municipal lançará mão da ferramenta de 'reconhecimento facial', a fim de solucionar casos de sumiços de menores, cuja aplicação não se limitaria aos festejos carnavalescos, mas também em grandes espetáculos que atraem multidões, como o badalado show da cantora dos EUA, Lady Gaga, previsto para maio deste ano.

A proposta foi divulgada pelo diretor de Infraestruturas e Tecnologias do Centro Integrado de Comando e Controle da Polícia Militar, major Agdan Fernandes, ao participar, nessa segunda-feira (27), do painel "Segurança e tecnologia em grandes eventos" no Seminário Turismo RJ, realizado no Hotel Hilton, em Copacabana (Zona Sul). A ideia central é aplicar a tecnologia de ponta, tomando por base, fotos cadastradas pelos pais no aplicativo 190RJ, já disponível na web.

Segundo Fernandes, "o uso de tecnologias tem sido cada vez mais integrado no dia a dia da Polícia Militar. Para o carnaval e o show da Lady Gaga, já posso adiantar o uso do reconhecimento facial voltado para crianças desaparecidas. Os pais fazem um cadastro dos filhos no aplicativo da PM, com foto e dados gerais, e, em caso de desaparecimento, os agentes já ficam em alerta nas ruas. É como se fosse uma adaptação das antigas pulseiras de localização".

Medidas

Além do reconhecimento facial, o evento elencou outras medidas: uso de drones; revistas em entradas de eventos; patrulhas de agentes entre o público; caminhão de comando, que recebe denúncias e monitora ocorrências; e a integração das forças de segurança, tanto estaduais quanto municipais.

Para o presidente da Abih-RJ (Associação Brasileira de Indústria de Hotéis do Rio), José Domingo Bouzon, "a segurança é fundamental para o turismo do estado. A morte de três médicos em um quiosque da Barra, em outubro de 2023, gerou uma sensação de insegurança tão grande em relação à cidade que tivemos um dos piores réveillons. Atingimos, à época, somente 80% da capacidade da rede hoteleira. O mesmo aconteceu no carnaval, que teve público abaixo do esperado. Esse cenário só melhorou com o show da Madonna, que teve números ínfimos de ocorrências. Fomos aos poucos recuperando nossa reputação".