Rio é a capital que 'ostenta' a cesta mais cara do país
Cariocas pagam R$ 1.033,34 pelos produtos essenciais, alta de 13,3%
Por Marcello Sigwalt
A cesta básica mais cara do país. O título nada honroso pertence ao Rio de Janeiro, segundo pesquisa elaborada, entre oito capitais, pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), em parceria com a Neogrid, segundo a qual, os cariocas gastaram um montante superior a R$ 1 mil em dezembro último, só para adquirir os produtos básicos para sua subsistência.
Na 'ponta do lápis', o estudo mostra que, em 2024, a cesta do Rio custou, em média, R$ 1.033,34, pela primeira vez, ultrapassando a marca de R$ 1 mil, o que corresponde a uma alta de 13,3% nos últimos seis meses. A vice-liderança do ranking pertence a São Paulo, que avançou 8% no quesito, ao elevar a sua cesta para R$ 984,07, e Salvador, que teve aumento de 7,9%, no mesmo período. Na segunda fila da carestia, vem Brasília, com aumento de 6,5%, seguida por Manaus, com 4,9%, e Belo Horizonte, com majoração de 1,5%.
Entre os itens da cesta, o óleo de soja e a margarina foram os maiores 'vilões', com elevações de 14,3% e 10,7%, respectivamente.
Para a head customer succes e insights da Neogrid, Anna Carolina Veiga Fercher, "esses aumentos foram resultado da demanda interna", acrescentando que, "além disso, a safra nacional de soja ainda sofre com os efeitos climáticos, reduzindo a oferta no mercado nacional".
Em contraponto à alta generalizada, alguns itens registraram queda de preços, como legumes, com recuo de 31,7%, verificado em Curitiba, além de leite UHT e farinha de mandioca.
Os dados da pesquisa confirmam os números do IPCA no ano passado, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em que o indicador acumulou alta de 8,23% no que se refere aos alimentos nesse período, com destaque para as carnes (20,84%) e o café moído (39,6%), que lideraram a corrida de preços em 2024. Entre as explicações tecnocráticas de plantão, especialistas apontam a mudança climática, as exportações em alta e o dólar caro como fatores 'pressionadores' do aumento de preços.
Cesta ampliada
Quando se considera a cesta de consumo ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além dos alimentos, houve elevação no valor médio em cinco das oito capitais analisadas, variando entre 1,5% e 14,8%. As cidades que apresentaram valores mais altos da cesta ampliada continuam a ser o Rio de Janeiro (R$ 2.310,83) e São Paulo (R$ 2.241,05).