Por Marcello Sigwalt
Em decorrência natural da posse verde-amarela da presidência do BRICS - grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - em 1º de janeiro deste ano, o Rio, antes de ser anfitrião da Cúpula de líderes do bloco, em julho deste ano, sediará o primeiro encontro de chanceleres de 11 países-membros, nos dias 28 e 29 de abril.
O anúncio oficial foi feito, em coletiva de imprensa, na última sexta-feira (14), pelo embaixador Mauricio Lyrio, sherpa do país no bloco. O mandato tupiniquim termina no final de 2025. Para a coordenadora-geral da presidência brasileira do BRICS, a ministra Paula Barboza, do Ministério das Relações Exteriores, a atuação do Brasil, ao longo deste ano, contará com dos eixos centrais: a reforma da governança global e a cooperação entre países do Sul Global.
"O engajamento do Brasil com o BRICS é central, devido à importância geoestratégica e a própria composição do grupo que tem peso expressivo em termos de economia global, comércio, produção energética e populacional. A presidência brasileira terá como elementos centrais a cooperação entre o Sul Global e a reforma da governança", afirmou. Ela acrescentou que, nesse contexto, o BRICS constitui um espaço importante para o Brasil, ao reforçar sua atuação autônoma e independente no cenário internacional.
Sinal de coesão e representatividade, a corrente comercial (exportações importações) do Brasil em 2024 atingiu US$ 599,9 bilhões, dos quais, US$ 184,6 bilhões correspondem a negócios com países que integram o BRICS, ou 30,8% do montante do comércio exterior brasileiro.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Mdic, a corrente comercial do Brasil com o BRICS, no ano passado, superou a soma da relação com EUA (US$ 81 bilhões) e a União Europeia (US$ 95,5 bilhões) e foi 4,6 vezes maior que o comércio com os países do Mercosul (US$ 39,5 bilhões).