Por Marcello Sigwalt
A violência em ascensão no Estado do Rio de Janeiro exerce um impacto estimado entre R$ 10,76 bilhões e R$ 11,48 bilhões sobre a economia fluminense, o que corresponde à uma perda anual de 0,9% do PIB estadual.
Essa estimativa foi encaminhada, nessa terça-feira (25), pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, por ocasião da apresentação de estudo inédito sobre os efeitos da criminalidade sobre o setor terciário da economia. Para compilação dos resultados, levou-se em conta dados sob a ótica do PIB, face aos gastos com segurança pública.
Ao ressaltar a importância de que seja mensurada a perda econômica, por conta da criminalidade, como forma de evidenciar o grau de prioridade que deve ser dada à discussão de políticas públicas de segurança, o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares avalia que 'o cálculo de impacto utilizou técnicas econométricas para buscar os efeitos causais dos índices de criminalidade na atividade econômica'. A insegurança urbana não impõe custos somente a um setor específico, mas para toda a sociedade.
Em sua análise, Tavares acrescenta que 'estimativas de instituições internacionais e de especialistas, em linha com os achados da CNC, mostram que a criminalidade tem impactos diretos e indiretos sobre a atividade econômica, pois afeta a vida das pessoas, a dinâmica de faturamento das empresas e cria toda uma série de custos de transação, como seguros, monitoramento privado e pode até influenciar a atração de capital internacional. O pleito é que a política de segurança pública, especialmente criminal, seja tratada com máxima seriedade e severidade, especialmente no combate ao crime organizado'.
O economista-chefe da CNC cita estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que aponta uma perda agregada direta de 3,39% do PIB pelos países do Cone Sul devido às elevadas taxas de criminalidade.