Por Marcello Sigwalt
Como diz o ditado, 'o tempo voa', o trem-bala Rio-SP pode se tornar realidade, logo ali. Se depender da empresa TAV Brasil, o projeto do veículo - capaz de atingir uma velocidade máxima de até 320 km/h e percorrer a distância de 417 quilômetros entre as duas maiores metrópoles brasileiras em apenas 105 minutos - estaria operacional, a partir de 2032, mediante um investimento estimado em R$ 60 bilhões (com apoio de parceiros internacionais), pelo qual o usuário arcaria com uma tarifa de R$ 500 pela viagem.
Ao confirmar que a passagem de ida e volta deve sair por R$ 1 mil, o CEO da TAV Brasil, Bernardo Figueiredo adiantou que viagens intermediárias, para Volta Redonda (RJ) ou São José dos Campos (SP) terão custo de R$ 250. Pelo marco legal ferroviário, o empreendimento contará com uma concessão por 99 anos.
Com potencial de adicionar uma receita de R$ 27,3 bilhões, a iniciativa inclui desapropriações para construção de centros comerciais, residenciais e de hotéis próximos às linhas, conforme modelo bem-sucedida da Coreia do Sul.
Situado numa região de 38 milhões de habitantes e que responde por 30% do PIB nacional, o projeto tem um impacto econômico estimado em R$ 168 milhões, com previsão de criar 130 mil empregos diretos e indiretos e arrecadar R$ 46 bilhões, em impostos, até 2055.
Com previsão de conclusão do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) do projeto, até o fim de 2026, a TAV Brasil negocia o aporte bilionário da obra junto a empresas chinesas, espanholas e fundos árabes, cujos nomes dos parceiros potenciais são guardados 'a sete chaves', conforme acordos de confidencialidade.
"Estamos em conversas com os espanhóis, que têm vasta experiência, com empresas chinesas que oferecem soluções completas e com fundos árabes. Podemos fechar com um ou combinar os três", admitiu o CEO.
