O presidente Jair Bolsonaro (PL) se colocou novamente contra o passaporte da vacinação contra a Covid-19. A medida foi adotada em vários países tanto para incentivar a imunização para combater o coronavírus quanto para frear a disseminação do vírus em restaurantes, bares e grandes eventos.
Em conversa nesta quarta-feira (9) com apoiadores, Bolsonaro disse que "jamais" pedirá comprovação da vacina. "O Supremo [Tribunal Federal, o STF] deu poderes para governadores e prefeitos. Falo da minha linha. Não fechei nenhum botequim e jamais vou exigir o passaporte de vacina de vocês", reforçou.
"Imaginem se tivesse o [Fernando] Haddad no meu lugar", falou Bolsonaro sobre o candidato do PT que concorreu contra ele para a presidência do Brasil em 2018. "Não queiram que a gente resolva todos esses problemas. Eles [prefeitos e governadores] estão com autoridade para tal", completou.
A fala de Bolsonaro distorce os poderes dos prefeitos e governadores, que, por decisão do STF, podem pedir a interrupção da atividade econômica durante a pandemia (os chamados lockdowns) por poucas semanas para conter picos da covid-19 e aliviar a pressão sobre hospitais superlotados.
Esse foi o caso em abril de 2021, o mês mais letal da pandemia no Brasil, que acumulou cerca de 82 mil mortes pela doença apenas em abril desse ano.
O presidente diz que nunca se vacinou contra o coronavírus -pela idade, ele poderia ter tomado três doses - e já afirmou que será o último do país a se imunizar. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, se vacinou em setembro em uma viagem oficial do marido para os Estados Unidos.
Bolsonaro, no entanto, não seguiu os passos da esposa e se tornou piada internacional ao comparecer a um evento da ONU (Organização das Nações Unidas) sem ter a imunização contra a doença da pandemia.
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