Irmãos: como estimular a convivência respeitosa
Neste Dia do Irmão, Priscilla Montes, educadora parental, dá dicas de como os pais podem promover uma relação harmoniosa entre os filhos
"Para, para... Ai, sai do meu lugar... Mãe, ele está me empurrando... Ela está invadindo meu espaço... Ele está me irritando com o barulho... Ela está me olhando feio..." Soa familiar? Se você tem irmãos, provavelmente se lembra das discussões e provocações constantes em alguma fase da vida. E, se você é pai ou mãe de mais de uma criança, já deve saber que mediar os conflitos entre irmãos é uma tarefa constante, cansativa e extremamente necessária para manter a harmonia no lar.
Esses conflitos são normais, mas precisam ser bem administrados e, principalmente, a opinião da criança deve ser validada. Para Priscilla Montes, educadora parental e pós-graduanda em Neurociências e Desenvolvimento Infantil pela PUC-RS, as relações familiares moldam nossa personalidade. O convívio com os irmãos na infância pode ser determinante para nosso comportamento em outras relações. "Muitas famílias pensam no segundo filho com o único intuito de 'dar um irmãozinho' ao primeiro, e acabam errando ao escolher esse como motivo principal", explica Priscilla.
Devido ao vínculo estreito e à convivência diária, é natural que surjam conflitos no relacionamento entre irmãos. Isso precisa ser bem administrado pelos pais para evitar tensões no presente e dificuldades nas relações sociais futuras.
"Sempre explico a importância de os pais atuarem como mediadores, para que o processo de autoconhecimento e conhecimento do outro aconteça de forma saudável e segura. Cada conflito é uma oportunidade para reforçar os princípios morais e valores que desejamos cultivar em nossos filhos", pontua Priscilla.
Não é possível planejar uma relação de amizade, nem mesmo entre pessoas criadas juntas, pelos mesmos pais e na mesma casa. O papel dos pais é estimular e proporcionar um ambiente saudável e propício ao respeito entre os irmãos. A amizade, em si, só podemos torcer para que aconteça. Mediar, acolher e validar os sentimentos e questionamentos das crianças é o melhor caminho. Os conflitos sempre surgirão, mas a criança que se sente confiante, sabendo que terá o apoio dos pais, e não julgamentos, crescerá mais segura e preparada para lidar com as adversidades.