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'Assombroso o que acontece'

Edgar Vivar comenta o carinho dos fãs brasileiros | Foto: Taciana Valadares/Divulgação Multishow

Por Júlio Boll (Folhapress)

Ele poderia estar caminhando firme até a casa 72 da Vila de Chaves para bater à porta e cobrar os 14 meses de aluguel atrasados de Seu Madruga. Ou, simplesmente, receber em dia de Dona Florinda. Mas não. Édgar Vivar, o Seu Barriga - agora magro, graças a uma cirurgia em que implantou um marcapasso gástrico -, segue apreensivo com o futuro de "Chaves".

Sucesso mundial, o seriado mexicano está há mais de três anos sem transmissão em canais e streamings de todo o mundo. Desde julho de 2020, "Chaves" (1973-1980) deixou de ser exibido no Brasil e em mais de 20 países. O motivo é uma disputa entre a Televisa, dona das fitas dos episódios originais, e o Grupo Chespirito, comandado por Roberto Gómez Fernández, filho do criador Roberto Bolanõs, que detém os direitos autorais da obra.

Em entrevista à reportagem, nos bastidores da série "No Corre", gravada no Brasil, Vivar deixou claro que todo esse imbróglio lhe incomoda. Profundamente. "Quero que 'Chaves' volte a ser transmitido logo, é assustador o que está acontecendo", afirma ele, nitidamente emocionado. "É lindo ver que, depois desses três anos sem estar no ar, a série segue tendo entusiasmo e carinho".

Deixando a guerra de direitos de lado, ele vai tocando em frente. No México, seu país natal, ele continua atuando em novelas da Televisa (algumas criadas pelo próprio Fernández) e esteve em São Paulo, nas últimas semanas, gravando sua participação no novo humorístico do Multishow estrelado por Marco Luque, com previsão de estreia em novembro deste ano.

Nos bastidores do seriado, é clara a admiração de todos por Vivar, que anda sorridente pelos corredores. Simpático e trajando um terno marrom (com uma gravata amarela), que lembra e muito a construção do próprio Seu Barriga, o ator de 74 anos deixa muitos sem ar.

Ele destaca que o carinho dos fãs compensa a tristeza que é ver "Chaves" fora do ar. "Os brasileiros são demais, amorosos, carinhosos, comunicativos e estou voltando ao meu país cheio de experiências bonitas e... presentes, doces, desenhos, bonequinhos", enumera ele, fazendo uma pausa para respirar. "Tudo isso pra mim é muito emocionante", revela Vivar, com as lágrimas rolando nos óculos.

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