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Prefeito repete que não há estrutura para Carnaval de rua em SP no feriado de Tiradentes

| Foto: Reprodução

Por: Fábio Pescarini 

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou nesta segunda-feira (11) que não impedirá ninguém de ir para as ruas, mas repetiu várias vezes que a gestão municipal não conseguirá organizar uma estrutura para desfiles de blocos de Carnaval no feriado de Tiradentes, quando ocorrem os desfiles das escolas de samba no Anhembi, entre os dias 21 e 23 de abril.

Na última sexta (8), uma reunião entre a prefeitura e representantes de blocos terminou de forma agitada, repentina e sem uma decisão sobre a realização do Carnaval de rua. Coletivos afirmaram que a festa está mantida, de forma reduzida, com cerca de 50 blocos.

No encontro de sexta (8), a secretária municipal de Cultura, Aline Torres, disse que a prefeitura iria oferecer aos blocos outras datas para o Carnaval de rua. Segundo ela, a proposta seria para maio, no fim de semana anterior e durante a própria Virada Cultural, ou em junho, menos no feriado de Corpus Christi, ou mesmo em julho, durante as férias escolares. "Mas não conseguimos, o debate foi muito politizado."

Torres e Nunes participaram na manhã desta segunda (11) de uma visita ao ao Museu Judaico de São Paulo, na Bela Vista, região central, quando falaram do Carnaval de rua.

Segundo o prefeito, não há mais tempo suficiente para publicar novo edital para contratação de patrocinador que banque a estrutura, como grades, montagens de tendas com serviços médicos e estrutura de trânsito, por exemplo.

Nunes lembrou que em fevereiro, quando a Vigilância Sanitária proibiu Carnaval na cidade por caso do avanço da variante ômicron do novo coronavírus, a prefeitura teve de cancelar um contrato de patrocínio de R$ 23 milhões, com uma cervejaria, para montagem da estrutura.

O prefeito afirmou ainda ter sido informado pela Polícia Militar que a corporação não consegue, em menos de 30 dias, organizar a transferência de PMs no interior para reforçar a segurança do Carnaval de rua, como feito em anos anteriores, quando a festa chegou a atrair, durante todo o período, cerca de 15 milhões de pessoas.

Questionada sobre como está a organização de segurança para possíveis desfiles de blocos de Carnaval no feriado de Tiradentes, a PM não respondeu até a publicação desta reportagem.

"É preciso ter bom senso para se definir o momento certo, que é aquele em que o poder público pode participar da organização", afirmou.

Na reunião de sexta (8), após as falas de secretários municipais, os coletivos voltaram a reafirmar que os blocos vão para a rua de qualquer forma.

"A gente não vai colocar vida em risco, não somos irresponsáveis", afirmou Lira Ali, integrante do Coletivo do Arrastão dos Blocos.

"Por favor, comprometam-se a não bater na gente, vocês são o poder público. O papel de vocês é garantir nosso direito, se a gente não tem direito de ser feliz, para que que vai viver?", questionou.

Segundo apurou a reportagem, líderes coletivos de blocos de rua iriam se reunir na noite desta segunda-feira para discutir as novas datas sugeridas pela prefeitura. Eles teriam ficado sabendo da proposta por meio da imprensa.