A Assembleia Nacional da França aprovou na terça um duro projeto de lei de imigração, cuja negociação expôs uma crise no governo do presidente Emmanuel Macron (partido Renascimento).
"Hoje são necessárias medidas rigorosas", disse o ministro do Interior, Gérald Darmanin, após a votação na Câmara dos Deputados. "Não é tapando o nariz no centro de Paris que se pode resolver os problemas dos franceses no resto do país."
Darmanin expressou alívio pelo projeto ter sido aprovado com os votos da sua coligação centrista e dos conservadores, sem contar com o apoio surpresa (e indesejado) dos legisladores de ultradireita.
A proposta inicial do governo era de uma lei que facilitaria obter uma autorização de residência para os imigrantes que trabalham em setores que carecem de mão de obra. Por outro lado, ela facilitaria a expulsão de imigrantes ilegais.
Mas, sem maioria na Câmara desde as eleições de 2022, o governo concordou progressivamente em diluir as facilidades de residência enquanto endurecia o acesso à assistência social.
Pressentindo uma oportunidade política, Marine Le Pen, líder do partido de ultradireita Reunião Nacional, descreveu o projeto como "uma grande vitória ideológica" para seu grupo.
Por: Ivan Finotti (Folhapress)