Por: Fernando Molica

Correio Nacional | General da ativa vai depor na CPMI dos golpes

Dutra de Menezes: suspeito de ajuda a manifestantes | Foto: Divulgação/Exército Brasileiro

Depois de sofrer muita pressão por parte da bancada governista da CPMI do 8 de Janeiro, o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), aceitou marcar o depoimento de um general da ativa, Gustavo Henrique Dutra de Menezes. Comandante Militar do Planalto quando houve a depredação das sedes dos três podres, Dutra de Menezes será ouvido na próxima quinta-feira.

General de Divisão, ele será questionado por ter permitido acampamento e atos golpistas diante do Quartel-General do Exército. Também teria impedido a prisão de manifestantes suspeitos de participação no quebra-quebra. Outro tema a ser abordado é sua suposta omissão ao não ter mobilizado tropas para proteger o Palácio do Planalto.

 

Sem comando

A convocação de Dutra de Menezes foi aprovada em 13 de junho, mas só foi pautada nesta semana por Maia. O ofical também teve sigilos telefônicos e telemáticos quebrados. Exonerado do comando pelo presidente Lula, ele é o quinto subchefe do Estado-Maior do Exército.

Sem acordo

O deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) diz que não houve acordo com Maia para que ele pautasse a ida do general em troca da não votação de requerimentos que pedem a convocação de oficiais como o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio de Oliveira.

Defesa encontra registros, mas não acha Delgatti

Delgatti: sem rastros no ministério | Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Em resposta a um recurso apresentado pelo Correio da Manhã com base na Lei de Acesso à Informação, o Ministério da Defesa disse que conseguiu localizar arquivos de backups que registram o controle de acesso em suas dependências a partir de 14 de janeiro de 2022.

Segundo a Defesa, nesse material não foram encontrados registros de acesso do hacker Walter Delgatti Neto. No último dia 28, também em resposta a um requerimento com base na LAI, o ministério afirmara que só teria como checar registros deste ano, já que, por decisão tomada em fevereiro passado, são mantidos registros de acesso por apenas 180 dias.

Missão dada

Em seu depoimento à CPMI, Delgatti afirmou que, no ano passado, esteve cinco vezes no prédio do Ministério da Defesa. Segundo ele, para colaborar com o projeto que procurava falhas nas urnas eletrônicas que seriam utilizadas na eleição de outubro.

Na pressão

Relator do projeto das apostas online, o deputado Adolfo Viana (PSDB-BA) tem sido muito pressionado. Evangélicos não querem que ele inclua a taxação dos cassinos promovidos pelas bets — acham que isso facilita a legalização de todos os jogos de azar.

Sem grana

A pressão maior é por dinheiro. O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, foi um dos que pediram a Viana uma parcela dos tributos que serão arrecadados com a regulamentação dos sites. Alegou que, ao virar agência, a ex-empresa ficou sem dinheiro até para pagar a folha.

Doce mel

Entidades como os comitês olímpico e paraolípico também querem um quinhão, dizem que foram prejudicadas com as apostas online em loterias da Caixa: só recebem parcela dos jogos feitos em lojas físicas. Até produtores de mel querem um favo da grana.

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