Por: Fernando Molica

Correio Nacional | Cassinos virtuais: evangélicos são contra regulamentação

Sóstenes Cavalcante, da bancada evangélica | Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Não vai ser fácil para o líder do PSDB na Câmara, Adolfo Viana (PSDB-BA), conseguir consenso para a votação do projeto do governo que prevê a regulamentação — e a consequente taxação — dos sites de apostas online, como os que patrocinam times de futebol e programas esportivos.

Relator do caso, Viana deverá apresentar sua proposta nesta segunda.

A bancada evangélica não aceita a possibilidade de que a cobrança de impostos incida também sobre as apostas feitas em jogos de cassinos abrigados nos mesmos sites. Esses deputados veem nessa regulamentação uma brecha para driblar a proibição dos jogos de azar. "Cassinos virtuais jamais", avisa o deputado e pastor Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

 

Consenso

Cavalcante afirma que foi procurado por Viana e ele lhe garantiu que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) só vai colocar o projeto em votação quando "a gente chegar a um texto ideal". Diz que os evangélicos querem contribuir para reduzir o dados da proposta.

Tranca pauta

O problema é a escassez de tempo. Por ter recebido do governo o carimbo de urgente, o projeto tem que ser votado imediatamente para não trancar a pauta da Câmara, ou seja, impedir a votação de outras propostas. O prazo constitucional estourou no último sábado.

Líder do PL defende taxação de todas as apostas

Côrtes: críticas à delação feita por alguém preso | Foto: Agência Câmara

Líder do PL, mesmo partido de Cavalcante, Altineu Côrtes (RJ) defende a taxação também dos jogos típicos de cassinos oferecidos pelas bets (como são conhecidos esses sites). Ressalta que os jogos já estão sendo oferecidos, as pessoas estão apostando e que "o Brasil não ganha nada com isso". "Não se trata de legalizar, mas de regulamentar o que já existe", defende.

Frisa que apostas em jogos de futebol representam de 25% a 30% dos valores recebidos pelas bets. "Por que não recolher impostos?", pergunta.

Com a regulamentação, esses sites teriam que ter escritórios no país para poderem atuar e fazer publicidade.

Vai pra Caixa

A provável ida da ex-deputada federal Margarete Coelho, aliada de Arthur Lira, para a presidência da Caixa vai fazer com que fique vago seu cargo de diretora financeira do Sebrae. Ninguém acredita que o PP vai abrir mão de indicar o nome de quem irá substituí-la.

Inteligência

Amanhã, a CPMI do 8 de Janeiro vai ouvir Marília Ferreira de Alencar, que comandou a inteligência do Ministério da Justiça e da Secretaria de Segurança do Distrito Federal. Ligada ao ex-ministro e ex-secretário Anderson Torres, é suspeita de não ter tentado evitar o caos.

União civil 1

Ao pedir vista do relatório apresentado por Pastor Eurico (PL-PE), o Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) conseguiu barrar a votação, na Comissão de Previdência e Família da Câmara, do projeto que proíbe o casamento ou união estável entre pessoas do mesmo sexo.

União civil 2

Eurico virou de cabeça pra baixo um projeto apresentado em 2007 pelo então deputado Clodovil Hernandes. Este tipo de união acabou reconhecida Supremo Tribunal Federal. Vieira quer que o governo federal entre na briga para impedir o avanço da proposta.

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