Por: Fernando Molica

Correio Nacional | Busca de consenso causa impasse na CPMI

Deputado do União é alternativa ao bolsonarismo | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Prevista para ser concluída em outubro, a CPMI do 8 de Janeiro vive uma perspectiva de impasse: seu presidente, deputado Arthur Maia (União-BA), já avisou que quer consensos entre oposição e situação até para marcar reuniões deliberativas, que definem, por exemplo, a convocação de novos depoentes.

Na prática a posição de Maia favorece a oposição, que tem minoria na CPMI. Relatora da comissão, a senadora Eliziane Gama (PDS-MA) quer tentar costurar um acordo com Maia até amanhã, a tempo de ele convocar um deliberativa para quinta.

Ela concordou com a decisão de Maia de adiar, possivelmente para outubro, o depoimento do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, que seria amanhã. O motivo alegado foi a ida de vários parlamentares para Nova York, onde ocorre a Assembleia-Geral da ONU.

 

Libera 1

Eliziane Gama classificou de lamentáveis e de interferência indevida decisões em que ministros do Supremo Tribunal Federal permitiram que convocados a depor não precisassem ir à CPMI. As autorizações foram dadas por indicados por Jair Bolsonaro ao STF.

Libera 2

O ministro André Mendonça dispensou a ida do tenente Osmar Crivelatti, suspeito de atuar no caso das joias presenteadas a Bolsonaro. Nunes Marques favocera outra convocada. Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), há "obstrução de ministros bolsonaristas".

Para PL, reforma ministerial reforça sua posição de direita

Altineu Cortês aponta o lugar do seu partido | Foto: Câmara dos Deputados

Para o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), a ida de representantes do PP e do Republicanos para o ministério de Lula reforça que seu partido é o "representante da direita no país". Segundo ele, os outros dois partidos terão ganhos ao entrar no governo, mas o PL vai faturar politicamente com o fato.

Para Côrtes, o grau de adesão do Republicanos e do PP vai depender das entregas do governo, como no preenchimento de cargos de segundo e terceiro escalões. Afirma que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) é que vai ter que decidir como encarar a situação de seu partido virar governista.

 

Em NY

Senadores governistas como Randolfe Rodrigues, Fabiano Contarato e Jacques Wagner pediram e conseguiram autorização do Senado para irem a Nova York acompanhar Lula na abertura da Assembleia-Geral da ONU. Cid Gomes (PDT) também foi autorizado a viajar.

Sem cabos

Já o senador bolsonarista Marcos Rogério (PL-RO), que defendeu a cloroquina para tratar a covid, abraçou outra causa. Pediu ao Senado para participar, na Nova Zelândia, de encontro de empresa que defende a transmissão de energia elétrica pelo ar, sem cabos.

Vermelho

Depois de expulsar o advogado Hery Waldir Kattwinkel por ofensas ao STF, o Solidariedade mostrou cartão vermelho para o prefeito prefeito de Barra do Piraí, Mario Esteves, que, numa solenidade, defendeu a castração de meninas para controlar a população.

MP apura

O Ministério Público do Rio deu dez úteis para Esteves prestar esclarecimentos. O MP também quer comprovação de medidas de controle populacional adotadas na cidade, como cirurgias de laqueadura de trompas e vasectomia e distribuição de contraceptivos.

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