Por: Fernando Molica

Correio Nacional | Investigado pela CPMI depositou na conta de PM

Relatora quer mais investigações | Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Documento que integra um anexo sigiloso do relatório da CPMI do 8 de Janeiro diz que o chefe do Centro de Material Bélico da PM paulista, tenente-coronel Marco Aurélio Valério, recebeu R$ 2,1 mil do presidente da Glock do Brasil, Franco Giaffone. O pagamento foi feito em maio de 2020.

Em 2019, a representante da fábrica austríaca de armas venceu licitação para a venda de 40 mil pistolas para a PM paulista. Dois anos depois, o governo estadual comprou 4.470 novas pistolas, entregues para a Polícia Civil. Ano passado, adquiriu mais 5.000 armas, entregues no último mês de março para a Polícia Civil.

O oficial da PM que recebeu o depósito partipara da elaboração de norma técnica da Secretaria Nacional de Segurança Pública que, em 2020, definiu requisitos para compra de armas para a segurança pública

 

Contratos

A CPMI quebrou o sigilo bancário de Giaffone para apurar suspeitas de favorecimento na venda de armas para a Polícia Rodoviária Federal. Entre 2018 e 2022, seus contratos com a corporação chegaram a R$ 23,812 milhões. A maior parte — R$ 17,928 milhões — ocorreu no mandato de Jair Bolsonaro.

Fiscalização

Em 2020, a venda para a PRF foi de R$ 11,302 milhões, feita sem licitação. Giaffone não foi indiciado pela CPMI: a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) recomendou o aprofundamento das investigações". A pedido da CPMI, o Tribunal de Contas da União abriu processo para fiscalizar a Glock e Giaffone.

Relatora recomendou mais investigações

Eliziane Gama | Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O documento sigiloso feito para a CPMI revela também que a Glock do Brasil pagou, entre julho de 2021 e outubro de 2022, 17 boletos do então secretário de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, Fernando José da Costa. O valor total é de R$ 101.348,34. Procurado, o ex-secretário disse, por sua assessoria, que o valor refere-se ao pagamento de imóvel de sua propriedade alugado para a empresa.

Ontem à tarde, a coluna entrou em contato também com as assessorias da PM de São Paulo e da Glock do Brasil — no CNPJ disponível no site da Receita Federal, Giaffone consta como sendo presidente da empresa.

Presentão

Carla Zambelli (PL-SP) deu um presente involuntário para o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Seu indiciamento pela CPMI elimina qualquer dúvida sobre o STF ser o local adequado para tratar do caso. Como deputada, tem direito a foro especial.

Destinos

Com maioria folgada na CPMI, a bancada governista não deverá ter dificuldade para aprovar, hoje, o relatório final das investigações em torno da tentativa de golpe. Depois, vai tratar de entregar cópias do documento para a Procuradoria-Geral da República, TCU e STF.

Dez vezes

Vale ressaltar: segundo o relatório, os comandantes das Forças Armadas foram chamados cerca de dez vezes por Bolsonaro para reuniões no Palácio da Alvorada. Isto, entre novembro e dezembro do ano passado. Todas teriam ocorrido fora da fora da agenda oficial.

Cristãos

A eventual culpa de Israel no ataque ao hospital de Gaza deverá abalar muitos evangélicos. Fundado em 1882, o Ahli Arab Hospital (Hospital do Povo Árabe) sempre foi ligado a organizações cristãs. Hoje, pertence à diocese de Jerusalém da Igreja Episcopal, anglicana.

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