Por: Fernando Molica

Correio Nacional | Setor do governo quer que GLO seja permanente

Blindado da Marinha chega ao Porto do Rio | Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil

No primeiro escalão do governo federal já há quem defenda a participação permanente das Forças Armadas no combate ao tráfico de drogas em portos, aeroportos e fronteiras. Esses setores já dão como certa a prorrogação da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) decretada pelo presidente Lula, prevista para terminar no início de maio de 2024.

Para essa ala, apenas as FFAA teriam condições de disponibilizar pessoal na quantidade necessária para o reforço dessa vigilância. O fato de o país não estar envolvido em conflitos internacionais é outro fator que permitiria a utilização das tropas. Essa mobilização permanente exigiria uma mudança constitucional sobre a a missão das FFAA ou a interpretação de que o crime organizado representa uma ameaça à defesa do Brasil.

 

Convencimento

Defensores da medida admitem que chefes militares tendem a não gostar da proposta de mobilização permanente. Para a decretação da atual GLO foi preciso convencê-los da necessidade de mobilização de tropas para nova tarefa de segurança de segurança pública.

DR com PF

Outro problema é a dificuldade na relação entre as FFAA e a Polícia Federal, algo que foi aprofundado com medidas tomadas no atual governo relacionadas à segurança presidencial. Mas há a expectativa de que, agora, durante a GLO, eles consigam se entender.

Haddad vai à Câmara discutir déficit com líderes

Haddad e Lira, déficit na cabeça | Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad participará hoje de um almoço com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças partidiárias. Na pauta da reunião, a declaração do presidente Lula de que o país não deverá fechar 2024 no azul — ou seja, não atingirá a meta de déficit zero prometida por Haddad.

Ontem, num encontro promovido por um banco em São Paulo, Lira insistiu no cumprimento da promessa. Afirmou que o próprio Haddad lhe dissera que não abandonaria o objetivo, apesar da declaração de seu chefe — setores do governo porém, já admitem a possibilidade de um déficit de 0,5% do PIB.

Mudança na LDO

Um dos temas do almoço será a eventual mudança no projeto da LDO (Lei de Diretizes Orçamentárias) para incluir uma previsão de déficit. Há a possibilidade de o relator da LDO, deputado Danilo Forte (União-CE), participar da reunião. Ele já se disse contra a mudança.

Cheque especial

A oficialização do déficit permitiria ao governo entrar numa espécie de cheque especial — pegar dinheiro emprestado no mercado financeiro em troca de títulos da dívida. A operação, comum, tende a complicar contas, estimular juros e alimentar a inflação.

Lira define

Para o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Arthur Lira será, mais uma vez, o fiel da balança, pelo menos, em relação aos integrantes da Câmara — a LD0 tem que ser votada em sessão conjunta do Congresso Nacional, com a presença também dos senadores.

Contra

Sóstenes diz que será contra a LDO caso a previsão de déficit seja incorporada ao texto. "Não quero a volta da inflação", justifica. A votação do relatório preliminar do projeto está prevista para hoje, na Comissão Mista de Orçamento. A LDO deveria ter sido aprovada até julho.

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