Por: Fernando Molica

Correio Nacional | Respostas de Gonet preocuparam governistas

Indicado para PGR: perguntas sobre cotas e gays | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

As declarações de viés mais conservador do procurador Paulo Gonet sobre cotas raciais e direitos de homossexuais geraram incômodo na base governista durante a sabatina de ontem.

Antes do início da apuração dos votos relacionados à aprovação de Gonet para procurador-geral da República, a senadora Teresa Leitão (PT-PE) admitiu que Gonet foi pouco enfático ao tratar dos temas. Mas ressaltou acreditar que as falas não mudariam os votos. "Poucos (senadores) vieram sem posição", disse.

Wellington Dias (PT-PI) frisou que mesmo Fabiano Contarato (PT-ES), que questionou Gonet sobre os dois temas, confirmou que continuava favorável à sua ida para a PGR. Líder do PT, Contarato é homossexual.

 

Nada a declarar

A oposição não gostou da decisão de Gonet de se recusar a comentar o inquérito das fake news, aberto pelo Supremo Tribunal Federal. No início da tarde, Carlos Portinho (PL-RJ) avaliou que o procurador estava "indo muito mal". "Ele não responde nada", reclamou.

Surreal

Portinho disse que, se Gonet continuasse a escapar de perguntas, poderia até voltar atrás na sua decisão de votar a favor de sua ida para a PGR. O senador fluminense também citou, de maneira crítica, o caso das respostas dadas a Contarato. "É surreal", resumiu.

Bom humor de Dino não mudou o voto de Mourão

Senador Hamilton Mourão | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Apesar do tom amistoso do diálogo com Flávio Dino, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou que não mudaria sua decisão de reprovar a ida do maranhense para o Supremo Tribunal Federal.

O ex-vice-presidente da República destacou o fato de Dino ter atividade política, o que o impediria de integrar a Corte: "Continuo com a mesma visão. Ele será um militante político no STF e portanto não tem meu voto", escreveu em mensagem de texto.

No mês passado, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Mourão disse que poderia até convidar Dino para um chope, mas não votaria nele para ocupar uma cadeira no Supremo.

Compra...

Tem gente no governo federal achando muito esquisito o acordo entre a prefeitura de Maceió (AL) e a Braskem, que pagou R$ 1,7 bilhão de indenização pelos danos causados à cidade. O problema é que o trato envolveu a venda das áreas afetadas para a empresa.

...e venda

"Como é que a prefeitura vende parte da cidade? A Braskem comprou 20% de Maceió", questiona. Apesar do acordo e do pagamento de mais R$ 9 bilhões de indenização ao estado e a moradores, a conta ainda vai demorar a fechar. Há discussão também sobre danos morais.

PMs e risco 1

Num país tão violento como o nosso, a profissão de policial é bem arriscada, mas alguns números dão a dimensão do problema. Até outubro deste ano, dez policiais militares haviam sido mortos no Estado do Rio — em todo o ano passado, foram 17, contra nove em 2021.

PMs e risco 2

O mais impressionante, porém, é quando os números são vistos por outra abordagem. Em 2023, entre a população em geral, houve 17 homicídios para cada grupo de 100 mil pessoas. No caso de PMs, este índice, adaptado ao contingente da corporação, sobe para 39.

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