Aprovado pelo Senado para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino (PSB) vai tirar férias do cargo de ministro da Justiça na próxima semana. A decisão favorece seu substituto imediato, Ricardo Cappelli, secretário-executivo do ministério, que atuará como ministro em exercício durante a ausência do titular. O PSB quer que Cappelli seja efetivado no cargo — ele é filiado ao partido.

Caso o nome do futuro ministro da Justiça não seja anunciado até o início de janeiro, Dino deverá reassumir seu posto, mas por poucos dias: senador, quer passar pelo menos um mês no Congresso antes de tomar posse no STF, no dia 22 de fevereiro. Para integrar a corte, terá que renunciar ao mandato e se desfiliar do partido.

Na segunda, Dino conversou sobre seus próximos passos com o presidente do PSB, Carlos Siqueira. O partido está empenhado em garantir Cappelli no primeiro escalão do governo, mesmo que à frente do Ministério da Segurança, que seria desmembrado do da Justiça.

Cappelli, em outro lance da briga pelo ministério, foi encarregado de anunciar uma medida popular: o lançamento do aplicativo Celular Seguro, que permitirá o bloqueio de funções de telefones roubados. O PSB ocupa outras três secretarias no Ministério da Justiça.

Diante do presidente Lula, o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, queixou-se, no Dia do Marinheiro, da falta de recursos para o reequipamento da Força e defendeu aumento de verba para a Defesa. A Marinha divulgou material em que defendia mudança constitucional que prevê a destinação de 2% do orçamento às Forças Armadas.

Olsen não citou, porém, um dado importante: no Brasil quase 80% do dinheiro repassado aos militares é gasto com salários, aposentadorias e pensões. Dados do portal Siga Brasil mostram que, em 2023, este foi o destino de 81% dos recursos já entregues à Marinha.

Um estudo da Instituição Fiscal Independente, ligada ao Senado, mostrou que, em 2019, as Forças Armadas brasileiras ficavam em terceiro lugar entre as que, percentualmente, gastavam mais com pessoal (na época, 74,36%). Ficava atrás apenas de Grécia e Croácia.

Nos Estados Unidos, o gasto com pessoal correspondeu, no mesmo ano, a 38,62% do orçamento militar. Na França, Alemanha e Reino Unido, 45,78%, 44,02% e 34,52%, respectivamente. A comparação foi feita com países da Otan, Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Na recente operação contra grupo miliciano, o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu ajuda à Polícia Federal, não às polícias estaduais. Integrante do MPRJ diz que isso ocorreu graças a um acordo de cooperação assinado, este ano, entre os governos estadual e federal.

Mas em agosto de 2022, o MPRJ e a PF fizeram outra operação para tentar desmantelar milícia que atua na Zona Oeste da capital do estado. A parceria reforça a desconfiança do MP em relação à polícia local. Vale lembrar que o caso é da Justiça estadual, não da federal.