Por: Fernando Molica

Un dì felice para Ancelotti

Carlo Ancelotti | Foto: Nazionale Calcio/Flickr

A decisão do técnico italiano Carlo Ancelotti de renovar com o Real Madrid e, assim, recusar o convite da CBF para assumir a seleção brasileira cava um pouco mais fundo o buraco em que nosso futebol se meteu.

Ancelotti fez o óbvio: não trocou um dos maiores times do mundo por uma seleção decadente, ligada a uma entidade cujo presidente foi afastado por decisão judicial, medida que pode suspender o time de competições internacionais. Uma equipe que tem como estrela uma prima donna que não se cansa de demonstrar seu desprezo pelo esporte de alto nível.  

Trata-se de mais um episódio humilhante, mas previsível. O futebol brasileiro se mantém preso a uma estrutura amadora e muito lucrativa para dirigentes, que manipulam as imensas verbas movimentadas pelo produto seleção brasileira.

Não faz muito tempo assim, o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira — cuja maior qualidade era ser genro do capo João Havelange —, tratou de cortar a chegada de dinheiro público à entidade. Isto, para tentar impedir que ela fosse alvo de investigações por parte do Ministério Público Federal.

A CBF é assim porque dirigentes de clubes querem que assim seja. Nao é à toa que não conseguem formar uma liga capaz de organizar seus próprios torneios, competições que seria apitadas por técnicos ligados a uma estrutura independente. Depois da renovação do contrato com o Real Madrid ser anunciada, Ancelotti ainda deu uma pisoteada, numa talvez citação à ópera "La Traviatta", publicou que vivia um dia feliz.

 

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