Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO NACIONAL | Oposição: mais críticas ao STF do que aos golpistas

Nota reclama de penas aplicadas a vândalos | Foto: Joedson Alves/Agencia Brasil

Para marcar o aniversário da intentona de 8 de Janeiro, 30 senadores de oposição divulgaram uma nota de 88 linhas. Deste total, 44 foram usadas para criticar o Supremo Tribunal Federal; 12 para apontar erros do governo Lula na repressão aos vândalos e apenas três para condenar "vigorosamente" os "atos de violência e a depredação dos prédios públicos".

Numa referência ao Judiciário, o documento afirma que "a atuação parcial das instituições republicanas também coloca em risco a democracia". Classifica de "abusivas" as penas "que variam entre 13 e 17 anos de reclusão" que vêm sendo aplicadas aos "cidadãos que participaram dos atos do 08.01.2023". As penas, porém, variam de três a 17 anos de prisão.

 

"Filhotes"

A nota critica a abertura, por iniciativa do próprio STF, do inquérito das fake news. Condena também seus "filhotes", como o das milícias digitais", que também teriam sido abertos "de ofício". Este inquérito e os relativos ao 08/01 nasceram a pedido do Ministério Público.

Lacuna

Os senadores citam "erros", "desacertos" e "omissões flagrantes de autoridades" do governo federal na contenção dos atos. Isto, para eles, pode ser interpretado como uma "lacuna" em sua capacidade "em antecipar e lidar com situações de potencial desestabilização".

Bancada adversária no Senado preocupa governo

PT prioriza eleição de senadores em 2026 | Foto: Bruno Spada/Agência Senado

A nota reforçou a preocupação do Palácio do Planalto com o fortalecimento da oposição no Senado. Os signatários são do PL, PSDB, Novo, Podemos, União Brasil, PP, Republicanos e PSD — os quatro últimos partidos estão representados no ministério de Lula.

Eleger muitos senadores em 2026, quando haverá renovação de dois terços da Casa, virou prioridade no PT, que teme a formação de maiorias capazes de aprovar impeachment de ministros do STF.

Em 2022, Lula disse que era mais importante eleger senadores do que governadores, mas ficou longe disso: dos 27 que apoiou, apenas oito foram escolhidos.

Sem celebração

Para o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), o ato que lembrará o 8 de Janeiro não pode ser visto como celebração. Numa crítica ao ministro da Defesa, José Múcio, ele afirmou ao Correio Nacional que não se pode ignorar o papel de militares na articulação golpista.

Condenações

Para ele, Múcio tenta "amaciar", evitar punição a militares. "Se não houver condenação, esse negócio vai se repetir. Temos a chance histórica de ver militares julgados pela justiça comum", disse. A "O Globo", o ministro Múcio minimizou o papel de militares no 8 de Janeiro.

Encalhadas

O Ano-Novo chegou, mas muitas emendas continuam em 2023. O maior problema é com aquelas que substituíram o orçamento secreto e foram jogadas em ministérios. Parlamentares podem, na encolha, indicar favorecidos, mas a grana só sai com o aval do governo.

De saída

Ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PCdoB), integra o bloco dos que devem deixar o governo para disputar eleições. Ela tentaria voltar para a prefeitura de Olinda, que comandou entre 2001 e 2008. Já tem gente levantando o dedo para ficar com o cargo.

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