Por: POR FERNANDO MOLICA

Correio Nacional | MDB preocupado com vice radical para Nunes

Prefeito quer evitar nacionalização da disputa | Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O MDB não quer saber de confusão com Jair Bolsonaro (PL), conta com seu apoio na campanha de reeleição de Ricardo Nunes para a prefeitura de São Paulo.

Mas dá pra perceber que o partido não ficou muito animado com a possibilidade de o ex-presidente tentar impor o coronel da reserva da PM paulista Ricardo Mello Araújo como candidato a vice na chapa do emedebista.

Na avaliação de integrantes do partido, o bolsonarismo explícito do oficial, ex-comandante da Rota, fortaleceria o viés nacional da eleição, o que a equipe de Nunes quer evitar — na capital paulista, Bolsonaro perdeu para Lula em 2022. Complicaria também a possibilidade de caracterizar como radical a chapa que será formada por Guilherme Boulos (Psol) e Marta Suplicy, que voltará para o PT.

 

Frente ampla

Para o MDB, Nunes é que representa uma frente ampla, alguém que vai se manter focado na gestão da cidade que conhece bem e que não vai ceder à polarização. Lembrará que, como vereador, ele foi relator do orçamento paulistano, que conhece a administração.

Risco

A presença de um bolsonarista raiz na chapa afetaria a ideia de que o prefeito estaria acima da briga política nacional. O problema é que o ex-presidente ainda não formalizou seu apoio a Nunes e já elogiou Ricardo Salles, seu ex-ministro que também quer a prefeitura.

Partido procura adiar escolha do vice do emedebista

Aldo Rebelo, novo secretário de Nunes | Foto: Reprodução/SNA

Emedebistas tocam a bola pro lado, alegam que ainda é cedo para definir o vice. Ressaltam que o governador Tarcísio de Freitas, ligado a Bolsonaro, mas filiado ao Republicanos, também vai ser ouvido sobre o assunto.

O MDB tenta minimizar a saída de Marta do secretariado de Nunes, ressalta que, por seu passado petista, sua presença reafirma que a chapa liderada por Boulos é de esquerda. Há um esforço para elogiar a substituição da ex-senadora, na equipe de Nunes, pelo ex-ministro Aldo Rebelo (PDT), ex-PMDB, PSB, e PCdoB.

São também lançadas farpas na direção de Marta: o MDB lembra sua atuação favorável ao impeachment de Dilma Rousseff e seus elogios a Nunes.

Vaga é do PL

Líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ) diz não haver dúvidas de que seu partido vai indicar o vice de Nunes. O nome, afirma, sairá de um entendimento entre Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Ressalta que Tarcísio já declarou apoio ao prefeito.

Destino

O sempre irônico deputado Washington Quaquá (PT-RJ) desdenha da intenção de setores do seu partido de indicarem a ministra Anielle Franco para vice na chapa de Eduardo Paes, candidato à reeleição no Rio. "Querem fazer do Paes um novo Marcelo Freixo...".

Preocupação

Os promotores de eventos andam preocupados com a negociação em torno da MP publicada pelo governo no fim do ano passado, que também afeta a atividade. Acha que o foco está excessivamente concentrado no alívio da contribuição previdenciária de 17 setores.

Expectativa

Há negociações para que um projeto de lei substitua o fim da isenção de cinco anos de impostos federais para o setor de eventos estipulado pela MP. "Estamos na expectativa", diz Pedro Guimarães, presidente da Apresenta, Associação de Promotores de Eventos.

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