Por: Fernando Molica

CORREIO NACIONAL | Ronnie Lessa discute benefício para delação

Ministro Raul Araújo decidiu ficar com o caso | Foto: Lucas Pricken/STJ

Para ser homologada, a delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa ainda depende de um acordo que defina o benefício que ele, acusado de matar Marielle Franco, vai receber. As negociação está sendo tocada pela Polícia Federal.

Em setembro passado, o Ministério Público do Rio foi procurado pela defesa de Lessa com a proposta de colaboração. O caso foi levado pelo procurador-geral de Justiça do estado, Luciano Oliveira Mattos de Souza, ao ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça, para que fosse definida a instância em que o assunto seria tratado.

Ao propor a delação, Lessa citou Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio, que, pelo cargo, tem direito ao foro privilegiado, no caso, o STJ. Araújo decidiu ficar com o caso.

 

Outra decisão

Mas, em 2020, ele enviou para a Justiça do Rio o processo em que Brazão era acusado de dificultar a ação da justiça na apuração das mortes da vereadora e de Anderson Gomes. O ministro alegou que o crime não tinha relação com a atuação do conselheiro no TCE.

Sem foro

A delação de Élcio de Queiroz, outro acusado de participação direta no crime, foi homologada pela Justiça do Rio, já que ele não citou ninguém que tivesse prerrogativa de foro. Ele confessou ter dirigido o carro utilizado por Lessa para fuzilar Marielle e Anderson.

Brazão foi citado 12 vezes em documento do MPRJ

Queiroz citou intermediário mencionado em gravação | Foto: MPRJ

Em 2020, em documento também enviado ao STJ pelo MPRJ, o nome de Brazão é citado 12 vezes: ele foi então apontado como provável mandante do crime, ocorrido em 2018. Uma das evidências é uma gravação em que o miliciano Jorge Alberto Moreth, o "Beto Bomba", cita o conselheiro como quem encomendara a morte.

Na gravação, ele cita que um dos intermediários da contratação de Lessa foi o ex-sargento da PM Edimilson Gomes, o "Macaquinho". Gomes também foi citado na delação de Queiroz como tendo o responsável pelo convite ao pistoleiro. No depoimento, o denunciado diz que o apelido do intermediário, assassinado em 2021, era "Macalé".

Vingança

No documento, o MPRJ cita a possibilidade de Brazão ter mandado matar a vereadora para se vingar do então deputado Marcelo Freixo, que atuara contra ele. Freixo levara Marielle para a política. Brazão negou ao portal "Metrópoles" qualquer participação no crime.

Prisões

A delação de Lessa poderá antecipar o que era esperado para março, no sexto aniversário do crime: uma operação policial para prender Brazão e pessoas próximas, entre eles, três delegados da PF. São suspeitos de atuarem para dificultar o trabalho de investigação.

Morte no metrô

E o MPRJ denunciou por homicídio culposo (sem intenção) quatro funcionários do metrô. Eles são acusados de negligência na morte de José Alves Simão, em 2022. Ao tentar entrar numa composição, ele ficou com a mão presa na porta e foi arrastado por 17 segundos.

Sem luz

O apagão, anteontem, em vários bairros da Zona Norte carioca deixou fechado por horas o Norte Shopping, um dos maiores do Rio. Segundo a Light, a luz só começou a voltar por volta das 14h — a concessionária diz que ainda está apurando a causa do problema.

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