Por: POR FERNANDO MOLICA

Correio Bastidores | Perto do Carnaval, PDT e PSB ameaçam sair do bloco de Lira

Presidente da Câmara tenta segurar os componentes | Foto: Pedro França/Agência Senado

O recesso foi quente, mas retomada dos trabalhos parlamentares chegará fervendo — e não apenas pela análise de medidas do governo como veto a emendas e edição de medida provisória sobre desoneração de empresas.

Às vésperas do Carnaval, deputados do PDT e do PSB começaram a articular uma saída do maior bloco da Câmara, que desfila com 176 integrantes: reúne também bancadas do União Brasil, PP, PSDB, Cidadania, Avante, Solidariedade e Patriota. Mesmo com alas tão díspares, o bloco facilita o acesso a cargos em comissões e, em tese, a concessões por parte do Planalto.

A retirada tem o objetivo de pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que negociou a formação do bloco, e o governo, tido como pouco generoso com partidos de centro esquerda.

 

Subvenção ao PL

Um deputado do PDT diz que metade dos 18 integrantes da bancada defende a saída. Segundo ele, há uma insatisfação muito grande com o governo que dá muitos carinhos para o PT e esquece de outros companheiros de campanha. "Até os do PL ganham mais", frisa.

Empate

De acordo com esse parlamentar, Lira ficou irritado com a perspectiva de debandada e já começou a tentar segurar o movimento. Com a saída, o bloco perderia 32 deputados e ficaria com 144 integrantes,o mesmo número do que reúne MDB, PSD, Republicanos e Podemos.

Segundo Lupi, deputados se sentem preteridos no bloco

Para ministro, Lira é o alvo dos rebelados | Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Ministro da Previdência Social e presidente do PDT, Carlos Lupi diz que soube da rebelião, mas avalia que a dispersão, caso ocorra, só virá na próxima semana, quando os trabalhos do Congresso serão retomados.

Apesar de admitir que o movimento também é um protesto contra o Planalto, ele afirma que Lira é o principal alvo. Ressalta que, para parlamentares do partido, o presidente da Câmara se vale da condição de ser o principal nome do maior bloco, mas privilegia deputados de partidos como o PP e o União Brasil.

Desprovidos de instrumentos, adereços e fantasias, integrantes do PDT e do PSB afinam seus tamborins para botarem o próprio bloco na rua.

Menos recursos

E por falar no Lupi: o ministro prevê que até março deverá publicar portaria para facilitar a vida de brasileiros que entram na Justiça contra a Previdência. Quer que o INSS deixe de recorrer em processos em que há jurisprudência reconhecida por tribunais superiores.

Economia

Segundo ele, a proposta, que está sendo avaliada em conjunto com o Conselho Nacional de Justiça, representará também uma economia para a Previdência. Os recursos ocasionam demora nas decisões e geram acréscimos de juros nos valores devidos aos segurados.

PL na Câmara

Encarregado pelo PL de coordenar a escolha de um candidato do partido à presidência da Câmara, o deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (SP) afirma que o processo só será fechado depois das eleições municipais deste ano (a disputa na Câmara será em 2025).

Cartilha

O deputado decidiu elaborar um conjunto de princípios para os eventuais candidatos. Entre essas normas estará o compromisso com a luta por um Legislativo mais soberano e independente em relação ao Executivo — inclusive no que diz respeito ao Orçamento.

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