Por: Fernando Molica

Correio Bastidores | Marques e Mendonça no TSE dão esperança a Bolsonaro

Indicado pelo ex-presidente comandará tribunal | Foto: Carlos Moura/SCO/STF

A ascensão, em 2026, dos ministros Nunes Marques e André Mendonça para os cargos de presidente e vice do Tribunal Superior Eleitoral tem animado os que ainda cultivam a possibilidade de reversão da inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL).

O ex-presidente indicou Marques e Mendonça para o Supremo Tribunal Federal. Dos sete integrantes do TSE, três são integrantes do STF, que acumulam funções nas duas cortes por quatro anos. O presidente e o vice da corte eleitoral são sempre ministros do STF.

Em junho deste ano, Alexandre de Moraes deixa o TSE e será substituído na presidência pela atual vice, Carmén Lúcia — Marques irá para o seu lugar. A ministra deixará o cargo em em agosto de 2026, quando Marques assumirá a presidência e, Mendonça, a vice.

 

Expectativa

Para bolsonaristas, mudanças no comando e na composição do TSE criariam ambiente favorável a Bolsonaro. Em junho, sua inelegibilidade foi decidida por cinco votos a dois. Marques foi um dos que votaram contra, Mendonça não votou (era e é ministro substituto no TSE).

 

Sobe e desce

Em dezembro, Alexandre de Moraes rejeitou recurso de Bolsonaro e o caso foi para o STF. Aliados do ex-presidente afirmam que uma decisão favorável poderá fazer o caso voltar para o TSE, que estará sob o comando de Marques e Mendonça na eleição de 2026.

Lira reclama de versões de acordos feitas por Padilha

Ministro é alvo do presidente da Câmara | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A irritação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tem um motivo principal. Na avaliação de Lira, o petista é especialista em não transmitir com fidelidade os acertos que, em nome do governo, faz com o Congresso.

Ele combinaria de um jeito e levaria de outra maneira para o Palácio do Planalto. Com isso, instalaria uma confusão: Lula autorizaria medidas com base no relato levado pelo ministro, diferente daquele que fora acertado. Isso acaba, dizem aliados de Lira, gerando confusão e problemas. Para evitar novos mal-entendidos, Lira decidiu priorizar as conversas com Rui Costa, ministro da Casa Civil.

Questionado

Muita gente no PL vê com reservas a indicação de Ricardo de Mello Araújo para candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa de Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição. Preferido de Jair Bolsonaro, Araújo é coronel aposentado da Polícia Militar paulista.

Ex da Rota

Deputados do partido ressaltam que candidato a vice não costuma gerar impactos eleitorais, mas que o nome do coronel colabora para dar um perfil radical à chapa. Araújo foi comandante da Rota, tropa de elite da PM que ficou célebre pelo uso da violência.

Gestão

Nunes tenta escapar da imagem de radicalismo até para não cair no jogo de Lula — o presidente insiste que a eleição paulistana será uma reedição do embate nacional com o bolsonarismo. O atual prefeito e o MDB vão tentar despolitizar o pleito e focar na gestão.

Radicalismo

A ida de Araújo para a chapa atrapalharia a estratégia do MDB de se contrapor ao radicalismo que atribuem a Guilherme Boulos (Psol). Presidente do PL, Valdemar Costa Neto levou o nome do coronel para Nunes, mas também citou outros três possíveis candidatos.

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