Por: POR FERNANDO MOLICA

Correio Bastidores | Emendas de comissões: veto na mira do Congresso

Parlamento foca na derrubada de decisão de Lula | Foto: Divulgação/Palácio do Planalto

Vai ser difícil fazer com que o Congresso não derrube o veto do presidente Lula (PT) à destinação de R$ 5,6 bilhões do orçamento ao pagamento de emendas aprovadas por comissões da Câmara e do Senado.

O Palácio do Planalto procura uma saída, promete priorizar o pagamento de emendas de comissões específicas, como as de Saúde e de Infraestrutura. Mas nada indica que o deputados e senadores aceitem abrir mão do que consideram um direito em nome de mais de uma promessa de um governo tido como pouco confiável no cumprimento de acordos.

O aceno do Planalto serviu mais para valorizar algumas comissões em relação a outras, com menores perspectivas de recebimento de verbas.

 

Causa perdida

Até mesmo o vice-presidente nacional do PT, deputado Washington Quaquá (RJ), acha difícil o Planalto vencer essa disputa com o Congresso. "Vai ser preciso entregar as emendas. O governo não tem maioria no Congresso para impedir isso", ressalta.

Acordo

Quaquá aposta num acordo em torno de um projeto de lei que reonere aos poucos 17 setores da economia beneficiados com a redução de contribuições previdenciárias. Mas aposta que as prefeituras vão recuperar logo o direito de diminuir seus pagamentos ao sistema.

Resistência de deputados impede até saidinhas

Arthur Lira não consegue acordos para votar | Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) tenta romper os impasses que impedem o funcionamento normal do plenário, paralisado por disputas internas (escolha de presidentes de comissões) e externas (operações policiais contra deputados).

Mas não tem sido fácil vencer as resistências — os líderes pediram o adiamento da nova votação do projeto que restringe as chamadas saidinhas de presos. A proposta, do deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ) havia sido aprovada com facilidade na Câmara em 2022. Também passou no Senado, mas devido às modificações precisa ser reexaminado pelos deputados.

Somente só

Segundo o presidente do PSB, Carlos Siqueira, a bancada do partido na Câmara deverá continuar atuando sozinha por um bom tempo. Como a coluna antecipou, os deputados optaram por romper com o blocão criado e dominado pelo PP do presidente Arthur Lira.

Sem pressa

Siqueira diz que deputados consideravam que estavam sem espaço no bloco, praticamente não eram escalados para encaminhar votações em nome do grupo. Houve convites para adesão a outros blocos, inclusive o do PT, mas a decisão deve demorar.

Sem vice

O PT praticamente abriu mão de reivindicar o lugar de vice na chapa de Eduardo Paes (PSD), que tentará a reeleição à prefeitura do Rio. As boas relações do prefeito com Lula indicam que não haverá problemas para ele escolher o nome do deputado Pedro Paulo, do seu partido.

Esperança

Petistas, porém, avaliam que a batalha não está perdida. Avaliam a possibilidade de indicar Adilson Pires ou Felipe Santa Cruz. Ambos são secretários de Paes, de Assistência Social e de Governo, respectivamente. Santa Cruz teria que sair do PSD se filiar ao PT.

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