Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Líder fala com deputados em nome de Lula

Guimarães diz que promessas serão cumpridas | Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O Palácio do Planalto garante que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, continua prestigiado, mas trata abrir novos caminhos na Câmara dos Deputados. Semana passada, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), esteve com, pelo menos, cinco deputados que andaram manifestando insatisfação em relação ao atendimento de seus pleitos.

Dizendo falar em nome do presidente Lula, Guimarães prometeu que tudo será resolvido, que emendas serão liberadas, que haverá efetivação de pedidos de nomeações. Escaldados pelos compromissos assumidos por Padilha e não cumpridos, os parlamentares decidiram esperar pra ver. Entre os procurados, estão políticos filiados ao Podemos, PDT e PP.

 

Fé no governo

Em contrapartida à não derrubada do veto total de Lula à previsão de R$ 5,6 bilhões para emendas de comissões, o governo se compromeu a liberar R$ 3,6 bilhões ao longo do ano. Como essas emendas não são de execução obritória, parlamentares acham que vale confiar.

Santo da Casa

Como a relação da Câmara com o governo é marcada por idas e vindas, muitos deputados veem com cuidado a nova rodada de promessas. Alguns já trataram de abandonar as conversas com Padilha e passaram a conversar com Rui Costa, ministro da Casa Civil.

Enchente levanta dúvidas sobre projeto no RS

Proposta prevê torres na orla do Guaíba | Foto: Reprodução

A enchente em Porto Alegre lança novas dúvidas sobre o maior projeto de reestruturação urbana da cidade, o Cais Mauá. Em fevereiro passado, o consórcio Pulsa RS venceu a licitação para reurbanização de uma área de três quilômetros de extensão às margens do Guaíba — o projeto prevê a substituição do Muro da Mauá, uma estrutura com três metros de altura que deveria impedir, em caso de cheias, a entrada de água no centro de Porto Alegre.

No lugar do muro haveria um sistema de contenção com barreiras fixas e removíveis. A proposta inclui a construção de nove torres residenciais e comerciais — as obras começariam no fim do ano.

Esperança

Para não parecer uma tentativa de aproveitamento da tragédia, o assunto é tratado com discrição no Planalto. Mas há quase um consenso no governo de que as ações de ajuda ao Rio Grande do Sul podem ao menos diminuir a rejeição do PT entre os gaúchos.

Passado

O PT elegeu o prefeito de Porto Alegre por quatro vezes consecutivas, governou a cidade entre 1989 e 2005, o que ajudou a cimentar a credibilidade do partido. Por duas vezes, petistas também conquistaram o Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul.

Renan e MST

Aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), atribuem ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) e a integrantes do MST a vaia que ele recebeu sexta, em Maceió. Lira participou, ao lado do presidente Lula, de evento de entrega de casas populares.

Ciúmes

Para esses aliados, Renan articulou a vaia para se vingar. Na véspera, ele estivera com o presidente e com Lira em outro evento, em São José da Tapera, interior de Alagoas. Lula elogiou os dois aliados, que se detestam — mas dedicou muito mais tempo ao presidente da Câmara.