Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Governo gaúcho suspende prazo de mudança na orla

Projeção de como ficaria o Cais Mauá, em Porto Alegre | Foto: Reprodução

O impacto das enchentes fez o governo do Rio Grande do Sul suspender os prazos relacionados ao início da implantação do projeto Cais Mauá, em Porto Alegre. É prevista a reurbanização de uma área de 187 mil metros quadrados que tem 3,240 mil quilômetros de extensão ao longo do Guaíba. As obras deveriam começar ainda neste ano.

Segundo a Secretaria Estadual de Parcerias e Concessões, a catástrofe demonstrou a necessidade de se repensar pontos do projeto, que conta com o apoio do BNDES e foi licitado em fevereiro passado. Pelo cronograma, o contrato com a empresa que tocaria as obras seria assinado até junho.

A criação de novos obstáculos de contenção do Guaíba será um dos principais desafios dos responsáveis pelo projeto — toda a área foi inundada.

 

Barreiras

O projeto inclui a substituição do muro de três metros de altura erguido nos anos 1970 para impedir as inundações. Haveria uma contenção de 1,26 m de altura na beira do Guaíba e, mais adiante, no lugar do muro, outro tipo de barreira, possivelmente móvel.

Insuficientes

A elevação do nível do Guaíba indica que tais barreiras seriam insuficientes, não impediriam o alagamento da cidade nem o da área do antigo porto. Nesta esplanada, pelo projeto, haverá restaurantes, áreas de lazer e edifícios comerciais e residenciais.

Projeto levantou dúvidas de diversas entidades

Governador Eduardo Leite (PSDB) na licitação | Foto: Maurício Tonetto/Secom

Mesmo antes da cheia, o projeto levantou uma série de dúvidas de entidades gaúchas — ambientais, arquitetônicas e culturais. O resultado do leilão, que só teve um concorrente, gerou mais preocupações: vencedor do direito de construir o Cais Mauá e de administrá-lo por 30 anos, o Consórcio Pulsa RS é formado pela Credilar, constutora sediada em Praia Grande (SP), e a Spar Participações, classificada como microempresa ou empresa de pequeno porte na Receita Federal e que tem capital de R$ 10 mil. O projeto prevê investimento de R$ 353 milhões.

Procuradas pela coluna, a Credilar e a Spar não deram respostas.

Seguros 1

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) afirma esperar e recomendar que as seguradoras simplifiquem processos e documentos requeridos para as indenizações aos que perderam bens na enchente. Diz que a calamidade, situação atípica, justifica a boa vontade.

Seguros 2

A Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) frisa que suas mais de 40 seguradoras associadas formaram equipes para procurar agilizar o pagamento de indenizações a vítimas da tragédia. Ressalta que, neste momento, é impossível fazer estimativa de valores.

Diálise em SC

A situação no Rio Grande do Sul é tão complicada que pacientes renais da rede pública de saúde passaram a fazer hemodiálise em unidades de Santa Catarina. A situação foi relatada ao Ministério da Saúde pela secretária estadual de Saúde, Carmen Zanotto.

Regulamenta

Com o impacto da tragédia, a regulamentação da reforma tributária parece ter ficado em segundo plano. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aguarda indicações de partidos para definir que deputados serão encarregados de relatar o projeto.