Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | 'Às armas, governistas', propõe Randolfe Rodrigues

Líder quer "batalhões" contra os rugidos da oposição | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) defende uma atuação mais aguerrida da base do governo que tem caráter "mais progressista". Isto, depois das derrotas impostas pela oposição na semana passada.

A coluna perguntou se seria o caso de, como prega o hino francês, o governo estimular seus aliados a irem à luta, pegarem "em armas". Ele concordou, e citou outro trecho da "Marselhesa".

Para Randolfe, esse movimento — que inclui a determinação de formar batalhões de combate parlamentar — é importante diante do "rugir dos ferozes soldados" da oposição. "É necessário 'Aux armes citoyens, Formez vos bataillons'", afirmou, por WhatsApp. Segundo ele, uma das metas do governo é "marcar posição e ganhar votações."

 

Luta política

Ele, que com outros líderes do governo se reuniu com Lula para tratar do Congresso, afirma haver um movimento "reacionário e conservador. Para ele, a sociedade e os parlamentares progressistas precisam ter a "a dimensão da necessidade de atuarem na luta política".

Evolução

Diz que o Congresso tem um "defeito de origem", seu viés conservador. Frisa que o governo vence em temas importantes, como na pauta econômica, mas perde na de costumes e direitos humanos. "Marcamos ponto no samba enredo e perdemos em alegoria", ironiza.

'Imposto chinês' dificulta aumento de ICMS

Secretário de Fazenda do Rio prevê obstáculos | Foto: Divulgação/Governo RJ

A aprovação, pela Câmara, da cobrança de Imposto de Importação para compras de até US$ 50 (R$ 260) em sites estrangeiros deverá complicar a proposta de elevação da alíquota de ICMS (imposto estadual) sobre essas mesmas transações.

Para o secretário estadual de Fazenda do Rio de Janeiro, Leonardo Lobo, a instituição do tributo federal "diminui o espaço" para uma elevação do percentual do ICMS — de 17% para 25% ou 30%.

Segundo ele, será preciso avaliar se haverá condições políticas para este aumento, que será analisado na próxima reunião, em julho, do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária).

Resistência

Na última reunião do Confaz, em abril, quase todos os estados do Nordeste eram favoráveis ao aumento, mas havia resistência de representantes de, entre outros, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. Para ser aprovada, a proposta precisa de unanimidade.

Jabuti

Em abril, não havia perspectiva de cobrança do imposto por parte do governo federal, mas, mesmo assim, a decisão foi jogada para julho. O 'imposto chinês' foi incluído, a pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em projeto que tratava de outro tema.

Estudo

Na reunião será apresentado um estudo do próprio Confaz sobre a tributação que incide sobre produtos brasileiros e os comprados por pessoas físicas no exterior. A análise levará em conta a nova taxação de 20%, percentual definido pela Câmara e que irá ao Senado.

Timidez

A possibilidade de aumento do ICMS deverá mobilizar entidades empresariais como a Confederação Nacional da Indústria. A CNI considerou tímida a aprovação da alíquota de 20% sobre tais compras — o percentual padrão do Imposto de Importação é de 60%.