Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Favorito de Bolsonaro preocupa MDB paulistano

Mello Araújo, ex-comandante da Rota, com Bolsonaro | Foto: Reprodução

A decisão de Jair Bolsonaro (PL) de bancar a indicação do coronel PM da reserva Ricardo de Mello Araújo para candidato a vice-prefeito de São Paulo assustou setores mais moderados da campanha de reeleição de Ricardo Nunes (MDB). Havia a expectativa de que o ex-presidente não insistiria no nome do amigo PM, ex-comandante da Rota, tropa que ficou conhecida pelo uso da violência.

A indicação de Melo — já comunicada por Bolsonaro ao MDB — atrapalha a estratégia da campanha de Nunes de tentar fugir à polarização que tem marcado as disputas presidenciais. Diferentemente de Guilherme Boulos (Psol), que faz questão de alardear o apoio de Lula (PT), o prefeito procura se apresentar mais como um gestor.

 

Rejeição

A rejeição de Bolsonaro entre paulistanos reforça a apreensão de Nunes — segundo o Datalhafolha, 61% dos paulistanos não votariam em candidato do ex-presidente (45% rejeitam um apoiado por Lula). Eler que o eleitor do ex-presidente, mas não o rótulo de bolsonarista.

Trunfo

A pré-candidatura do empresário Pablo Marçal à prefeitura aumentou o poder de Bolsonaro, que pode ameaçar trocar Nunes pelo influencer. O MDB ainda espera contar com o apoio de outros partidos para tentar barrar Mello Araújo até a convenção, em julho.

Projeto beneficia Bolsonaro e acusados de matar Marielle

Arthur Lira pautou pedido de urgência | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Ressuscitado com o aval do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o projeto que favorece Bolsonaro ao restringir delações premiadas facilitaria a vida de denunciados pelo assassinato de Marielle Franco.

De autoria do então deputado Wadih Damous (PT-RJ), o projeto foi apresentado em 2016 com o objetivo de beneficiar Lula e outros acusados pela Lava Jato: proíbe homologação de delações premiadas de réus presos.

Outro artigo impede que o Ministério Público apresente denúncias apenas com base nessas colaborações. Isso pode zerar a denúncia contra os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa.

Chiquinho

Autor do requerimento que pede urgência na apreciação do projeto de Damous, o deputado Luciano Amaral (PV-AL) votou a favor da revogação da prisão do deputado Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora.

Votos

Dos outros cinco deputados que respaldaram a urgência, apenas um foi favorável à manutenção de Chiquinho na prisão, dois foram contra. Líder do PL, Altineu Côrtes, que também assinou a proposta, votou pela saída do colega. O PV, partido de Amaral, é da federação do PT.

SUS afogado

Médica, doutora em saúde pública e professora da UFRJ, Ligia Bahia é contra a proposta de regulamentação de planos de saúde limitados, que não dariam direito a internações. Para ela, isso não desafogaria, mas afogaria o SUS, que se encarregaria de tratamentos mais caros.

Demora

Para ela, a medida também seria ruim para pacientes que necessitam de tratamento mais longo, não coberto por tais planos. A ida a consultas particulares retardaria sua entrada no SUS. A proposta de criação desses seguros foi revelada pelo jornal O Globo.