Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Boulos comemora vice bolsonarista de Nunes

Candidato do Psol quer politizar a disputa | Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A campanha de Guilherme Boulos (Psol) à prefeitura de São Paulo comemorou a mais do que provavel aceitação, pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), da exigência, feita por Jair Bolsonaro, de indicar o candidato a vice na sua chapa à reeleição.

Para os psolistas, a imposição do coronel da reserva da PM Ricardo Mello Araújo (PL), ex-comandante da Rota, politiza a disputa e empurra a eleição no campo em que Boulos sempre quis jogar.

Desde o início da pré-campanha que Nunes vinha tentando fugir da polarização nacional, procurava reforçar a imagem de que atua principalmente como um gestor e não como político. Uma de suas preocupações era fugir da rejeição da maioria do eleitorado da capital paulista ao ex-presidente.

 

Efeito Marçal

Nunes, partidos aliados e até mesmo o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tentaram fazer com que Bolsonaro desistisse de bancar a indicação do amigo, mas a pré-candidatura do empresário e influencer Pablo Marçal (PRTB) complicou a articulação.

Pesquisa

No início do mês, o ex-presidente avisou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que iria se encontrar com Marçal e reiterou que Mello Araújo seria seu vice. Agora, a campanha de Nunes quer fazer pesquisas para avaliar o peso do futuro companheiro.

Deputado quer unir católicos e evangélicos contra aborto

Sóstenes Cavalcante prevê atos conjuntos | Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) prevê a realização de atos conjuntos de lideranças evangélicas e católicas pela aprovação de seu projeto que equipara ao homicídio o aborto após 22 semanas de gestação. "Estamos começando a reação pelos católicos, os evangélicos já entraram na batalha", ressalta.

Segundo ele, a articulação de grupos contra a legalização do aborto foi decisiva para que a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) se manifestasse favoravelmente proposta. "Os grupos pró-vida conseguiram a nota e o vídeo (da CNBB)", revela. Diz que o projeto que apresentou também veio dessas organizações.

Mobilização

Já a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) comemora a mobilização contra a proposta nas redes sociais, no meio político e nas ruas. "Esse projeto não é nem pra ser votado, não tem que ter relator", frisa. Ressalta que os médicos também seriam punidos com a mudança.

Avaliação

De acordo com Jandira, amanhã, dia de reunião de lideranças de partidos na Câmara, é que será possível avaliar o efeito das pressões sobre o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Cavalcante também evitou prever qual será a atitude do poderoso colega.

Drogas

Jandira afirma que será necessário fazer uma mobilização semelhante para barrar o projeto que criminaliza a porte de qualquer quantidade de droga classificada como ilegal. "Isso só vai aumentar a população carcerária, prender mais mulheres e jovens", reclama.

O autor

O projeto, já aprovado no Senado, é do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que o apresentou em resposta à análise, pelo Supremo Tribunal Federal, de critérios para diferenciar traficante de usuário. Pacheco criticou a tramitação da proposta sobre aborto.