Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Datafolha: copo um pouco mais cheio do que vazio

Pesquisa indica fim da tendência de queda | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Apesar de não ter apresentado grandes mudanças em relação à rodada anterior, feita em março, a nova pesquisa Datafolha foi recebida com alívio no Palácio do Planalto. Os percentuais de aprovação e reprovação do governo variaram na margem de erro, mas a diferença de pontos sugere uma tendência.

Em março o saldo entre os que aprovavam e os que reprovavam o governo era de dois pontos percentuais (35% a 33%); em junho, pulou para cinco (36% a 31%).

Outro ponto positivo: o índice de aprovação com um ano e seis meses de governo só é inferior aos obtivos pelo próprio Lula em seu segundo mandato (69%) e Dilma Rousseff, em seu primeiro (62%). Nesse mesmo período, Jair Bolsonaro tinha 32%.

 

Contradição

O governo também comemora o otimismo com o futuro da economia (40% acham que vai melhorar), mas observa uma contradição: 42% acham que a situação econômica do país piorou nos últimos meses, mas apenas 24% dizem que isso ocorreu com a própria vida.

Na mesma

Entre os entrevistados, 47% disseram que não houve mudanças em sua vida nos últimos meses. Para o governo, isso indica que bons resultados na economia, como crescimento do PIB, redução dos juros e diminuição do desemprego não foram percebidos.

Lula continua a jogar bem apenas no seu campo

Nordeste mantém apoio ao presidente | Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução site PSB

A maior aprovação do governo entre os mais pobres (42%), menos escolarizados (53%) e nordestinos (48%) reforça a idéia do copo que está meio cheio e meio vazio. Os números mostram a manutenção do prestígio de Lula entre seu eleitorado mais cativo, mas reforçam que ele não conseguiu superar a polarização entre o eleitorado.

Seu governo é visto como ruim ou péssimo por 45% dos mais ricos e 44% dos evangélicos — entre estes, a diferença negativa aumentou quatro pontos. A boa notícia é um empate técnico entre aprovação e reprovação entre homens (36% a 35%). Na pesquisa anterior, o ruim/péssimo tinha 36% contra 33%.

Morte na pista

A procuradora Danielle Cramer, do Ministério do Público do Trabalho, questiona a participação do menino argentino Lorenzo Somaschini, de nove anos, numa competição de motocicletas em São Paulo — ele morreu na segunda-feira, três dias depois de um acidente.

Limite

Ela ressalta que a legislação brasileira diz que o esporte de alto rendimento só pode ser praticado a partir dos 14 anos. Até então, a prática deve ter caráter lúdico, recreativo e educativo e precisa evitar a hipercompetitividade, a seletividade e a cobrança por resultados.

'Insano'

O perfil do Instagram da Honda Junior Cup, competição de que Lorenzo participava, fala em disputa "insana" em uma de suas corridas. Mortes em pistas fizeram a Federação Internacional de Motociclismo estabeler a idade mínima de 14 anos para pilotos.

Sem respostas

Ontem à tarde, a coluna procurou a o SuperBike Brasil (evento que inclui a competição de crianças a partir de oito anos) e a Honda. Até as 19h, não havia recebido retorno. Na Junior Cup são usadas motos de 160 cilindradas, que chegam à velocidade de 130 km/hora.