Por: Fernando Molica

CORREIO BASTIDORES | PT mudou e se mostrou favorável aos cassinos

Rogério Carvalho (PT-SE) defendeu a legalização | Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O PT mudou de postura em relação aos cassinos. Três dos representantes do partido votaram a favor da legalização dessas casas de jogos na Comissão de Constituição e Justiça do Senado: Rogério Carvalho (SE), Fabiano Contarato (ES) e Jacques Wagner (BA); apenas Janaína Farias (CE) foi contra. Os suplentes Humberto Costa e Teresa Leitão (ambos de PE) não votaram.

Em 2022, na oposição, nenhum de seus deputados foi a favor da proposta: 36 foram contra; um — o hoje ministro Paulo Pimenta (RS) — se absteve e 15 não estiveram presentes, entre eles, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR). A proposta foi aprovada na Câmara por 246 a 202 votos.

Na CCJ, Sérgio Moro (União-PR) também votou a favor da legalização.

 

Arrecadação

Para o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), a busca por arrecadação de impostos é que explica a mudança na posição do PT. "O governo topa qualquer coisa que diminua o rombo nas contas, se sugerirem taxar o vento, eles aceitam e defendem", afirmou à coluna.

Moro e lavagem

Portinho disse estranhar o voto de Moro, ex-juiz federal: "Ele sabe que isso é para lavar dinheiro", criticou. Os quatro senadores titulares do PL na CCJ votaram contra o projeto, assim como fizeram na Câmara deputados mais ligados ao então presidente Jair Bolsonaro.

No plenário, votação deverá ser mais apertada

Magno Malta criticou conservadores ausentes | Foto: Reprodução

Na CCJ, o projeto passou apertado — 14 votos a 12 — e deverá encontrar mais resistência no plenário do Senado, onde as votações têm mais destaque.

Na quarta, alguns senadores que, em tese, seriam contra a proposta não registraram seus votos, o que chegou a provocar um protesto de Magno Malta (PL-ES).

Ele lamentou o desaparecimento de colegas que haviam se comprometido a tentar impedir o avanço da proposta, que legaliza também o jogo do bicho e máquinas caça-níqueis. "Quero lembrar aos Senadores que vão para a reeleição que as pessoas conservadoras que votaram nos senhores estão olhando", ressaltou.

Confiança

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), confiou na fala da deputada Renata Abreu (Podemos-SP) para tomar a decisão de pautar a proposta de emenda constitucional que anistia partidos políticos que não cumpriram cotas legais para mulheres e negros.

Desistência

Na reunião de líderes de terça, a parlamentar disse que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não tinha mais restrições à PEC. Diante da informação, Lira pautou a PEC — e voltou atrás ao saber que Pacheco não mudara de opinião sobre a proposta.

Desgaste

Lira já estava ressabiado com a iniciativa de Pacheco de criticar a tramitação com urgência, na Câmara, do projeto que equipara ao homicídio o aborto realizado após 22 semanas de gestação, mesmo em caso de estupro. Achou melhor não assumir um novo desgaste sozinho.

Folgão

Depois da tanta pressão relacionada à PEC e aos projetos de aborto e delações, a montanha da Câmara pariu um rato. A próxima semana deve ser calma: a bancada nordestina vai tratar de São João e alguns parlamentares vão para Lisboa, para o evento de Gilmar Mendes.