Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | A defesa de Lula na guerra contra o Banco Central

Para Lindbergh Farias, presidente tem razão | Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A equipe econômica do governo, ministro Fernando Haddad à frente, tem tentado convencer o presidente Lula a parar com as críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — mas a ala mais aguerrida fo PT justifica os embates.

O deputado federal Lindbergh Farias (RJ) é um dos que botam lenha na fogueira acesa por Lula. Para ele, as posturas de Campos Neto — como a defesa do fim do ciclo de queda dos juros — fazem parte de uma articulação maior, de um movimento especulativo contra o real.

Lindbergh vê uma tabelinha entre o Banco Central e setores do mercado financeiro que querem uma redução nos gastos sociais do governo em nome da estabilidade fiscal. "Eles só querem saber de cortes", reclama.

 

Articulação

Para o deputado, a diminuição de despesas na saúde e na educação também está entre os objetivos deste que identifica como um grupo articulado e bem afinado. "O governo está sob um ataque especulativo, querem calar o Lula e não o Campos Neto", avalia.

Diferença

Lindbergh reclama do fato de o presidente do Banco Central não ter vendido dólares para conter a disparada da moeda norte-americana, diferentemente do que fez sob Jair Bolsonaro. "Ele vendeu US$ 70 bilhões das nossas reservas na época", afirma.

Para deputado, presidente precisa gerar investimentos

Lula: risco de precisar cortar recursos | Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Na avaliação de Lindbergh, a insistência de Lula no tema está relacionada à necessidade que o governo tem de criar um ambiente favorável a novos investimentos, até para driblar as restrições geradas pelo arcabouço fiscal e pela meta de déficit zero.

Para ele, o cenário favorável que gerou alta do PIB, aumento do emprego e da renda média do trabalhador tende a se esgotar com o fim dos efeitos da PEC da Transição, aprovada pouco antes da posse de Lula e que garantiu recursos extraordinários para o novo governo. Diz que, se não houver mudanças, será preciso contingenciar recursos, o que seria ruim para Lula.

Calendário

Principal articulador do apoio de petistas a Tarcísio Motta (Psol), pré-candidato à prefeitura, Lindbergh afirma que o movimento será lançado oficialmente quando Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição, anunciar o nome do seu companheiro de chapa.

Lá e cá

Apesar de pressões do PT e do PDT, que querem indicar seu vice, Paes deverá lançar um aliado do PSD, provavelmente o deputado Pedro Paulo. Assim, entregaria a prefeitura a alguém de confiança, o que facilitaria sua candidatura ao governo do estado em 2026.

Fuzileiras

Nesta sexta haverá a formatura da primeira turma de combatentes mulheres das Forças Armadas brasileiras — a Marinha passará a contar com 114 fuzileiras. Elas receberam material de combate adaptado; o alojamento delas ganhou sistema de reconhecimento facial.

Rede cortada

O site Reclame Aqui coleciona queixas contra a Golden Cross — desde segunda-feira que os segurados da empresa passaram a ser atendidos pela rede da Amil. Muita gente reclama que perdeu hospitais e médicos no processo de adequação de seus planos.