Um criminalista e um integrante do Ministério Público Federal ouvidos pela coluna concordam: o segredo das transações de venda das joias recebidas pela Presidência da República atrapalha a tese da defesa de que se tratavam de itens "personalíssimos" entregues a Jair Bolsonaro (para advogados do ex-presidente, ele poderia dispor livremente dos presentes).
A decisão de negociar as peças antes da troca de governo reforça também a existência de pelo menos uma dúvida sobre a propriedade dos bens. "Se ele considerava que tudo era dele, poderia vender tudo abertamente, quando bem entendesse. Não precisaria de todas aquelas operações", argumenta o advogado. Para o procurador, os movimentos tendem a ajudar a convicção de que todo o procedimento foi ilegal.