Apesar de Jair Bolsonaro ter reiterado o apoio à pré-candidatura do deputado Alexandre Ramagem (PL) à prefeitura do Rio, integrantes do partido avaliam que a situação está indefinida. O ex-presidente ficou irritado ao saber que o aliado gravou reunião, em 2020, para discutir a defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso das "rachadinhas".

O deputado era diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência. Além dele e de Bolsonaro, estavam presentes o ministro Augusto Heleno, do GSI, e advogadas de Flávio.

Ramagem já vinha sendo questionado por sua falta de jogo de cintura, pela dificuldade de agir como candidato. Isso foi dito a Bolsonaro por Antonio Rueda, presidente do União Brasil. A suspeita de espionagem ilegal feita pela Abin também complica a vida do deputado.

Caso Ramagem saia, o PL deverá buscar candidato no próprio partido: a lista inclui o senador Carlos Portinho e os deputados Eduardo Pazuello e Chris Tonietto. Para cumprir requisito que garante verba para candidaturas majoritárias femininas, haverá uma mulher na chapa.

Quem está para se filiar ao PL é o Padre Kelmon, aquele escalado para atanazar a vida de Lula nos debates presidenciais de 2022. Ele deve ser candidato a senador em 2026, possivelmente por Roraima, onde vive. Semana passada, esteve com Jair Bolsonaro.

Vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-RJ, Ana Tereza Basílio diz que a entidade vê com preocupação o uso de inteligência artificial para decidir processos e escrever sentenças. A ferramenta, como a coluna antecipou, será usada em até dois meses pelo Tribunal de Justiça do Rio.

Classifica de "precipitada" o uso dessa tecnologia que, para ela, ainda precisa ser aperfeiçoada. Segundo a advogada, o Conselho Nacional de Justiça já detectou falhas no uso de IA em sentenças, como a citação de acórdãos inexistentes.

Também questiona a capacidade de juízes, que lidam com muitos processos, conseguirem revisar o trabalho feito pelo mecanismo.

Ana Tereza ressalta que, por trabalhar a partir de decisões já tomadas, a IA não seria capaz de avançar em temas relevantes. Cita os casos de sentenças e acórdãos que garantiram casamento entre pessoas do mesmo sexo e o reconhecimento de direitos de concubinas

A Plataforma Acordo, já implantada pelo TJRJ, permite que advogados encaminhem on-line demandas relacionadas à solução de conflitos — o caso é analisado por IA, que pode apresentar uma proposta de acordo. Por enquanto, apenas a Light participa do projeto.

O TJRJ vai começar a usar um software que agiliza uma série de tarefas, hoje dependentes do trabalho de servidores. A medida permitirá que, até 2030, o TJ passe a ter nove mil funcionários — hoje, são cerca de 12 mil. A redução viabiliza um novo plano de cargos.

Até dezembro, o presidente do TJRJ, Ricardo Cardozo, vai instalar a primeira Vara do Idoso. A iniciativa vai ser dedicada a atender, principalmente, situações de conflito e idosos não assistidos por filhos ou netos. Dependendo da demanda, outras serão criadas.