Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Rejeição a Bolsonaro assustou campanha de Nunes

Ex-presidente: assessores duvidaram de pesquisas | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Detectada em pesquisas feitas na capital paulista a rejeição a Jair Bolsonaro surpreendeu o comando da campanha do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição. Quando os primeiros dados foram divulgados, assessores do emedebista chegaram a questionar a veracidade dos números.

Pesquisa Datafolha divulgada no início de julho revelou que 65% dos entrevistados não votariam de jeito nenhum em candidato apoiado pelo ex-presidente.

O não a um indicado por Bolsonaro chegou a 73% entre eleitores de escolaridade menor, até o ensino fundamental. Isso preocupa a campanha, já que segundo a última pesquisa Genial-Quaest, esta faixa da população prefere o comunicador José Luiz Datena (PSDB).

 

Agora vai

Por falar nisso: na campanha de Nunes, o empate técnico triplo dectado pela Genial-Quaest entre o prefeito, Datena e Guilherme Boulos (Psol) indica que, desta vez, o apresentador vai mesmo até o fim. Datena é veterano em cair fora, já desistiu de disputar quatro eleições.

Independente

O índice de Datena gera preocupações também no Psol. Há o temor que ele seja visto como capaz de romper a dicotomia Lula-Bolsonaro. Na mesma pesquisa, 51% disseram preferir um candidato independente a um indicado pelo ex ou pelo atual presidente.

Perfil de entrevistados revela riqueza de São Paulo

Avenida Paulista, símbolo da maior cidade do país | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A pesquisa Genial-Quaest revela também a riqueza de São Paulo em relação ao resto do país. Os responsáveis pelo levantamento procuraram dosar os entrevistados de acordo com a realidade da cidade. Resultado: apenas 20% têm renda familiar de até dois salários mínimos — em pesquisas nacionais, a Quaest trabalha com percentual de 38%.

No caso dos paulistanos, 27% moram em casas onde a renda varia de dois a quatro salários mínimos; 24%, de quatro a sete; 29%, mais de sete (R$ 9.884,00). Em pesquisas feitas em todo o país, o percentual dos que têm renda familiar acima de cinco salários mínimos é de 22%.

Fogo amigo

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, que resistiu ao desejo do Centrão de ficar com seu cargo, agora enfrenta problemas domésticos. Funcionários da Fiocruz prometem para hoje uma greve motiva por reivindicações salariais. Nísia presidiu a fundação antes de chegar ao ministério.

Perdas

Os grevistas alegam que, nos ultimos anos, os 4.404 servidores da instituição, tiveram perdas salariais entre 59% a 75% — índices calculados pelo Dieese. Agora, querem três reajustes sucessivos e anuais, cada um de 20%. A proposta do governo passa longe disso.

Ameaça

O Ministério da Gestão e da Inovação propôs zero de aumento neste ano; 9% em 2025 e 4% em 2026 — assembleia de funcionários rejeitou a proposta. Amanhã, servidores voltam a se reunir e acenam com ampliação progressiva da greve caso as negociações não avancem.

Policiais

Além da insatisfação com a falta de reajustes, pesa no humor de muitas categorias do serviço público um sentimento de injustiça em relação aumento concedido pelo governo Lula a integrantes das polícias Federal, Rodoviária e Penal Os índices variaram de 37,48% a 77,15%.