A provável decisão de Eduardo Paes (PSD) de indicar o deputado estadual Eduardo Cavaliere, do mesmo partido, para candidato a vice em sua chapa de reeleição reacendeu antigas críticas do universo político ao prefeito carioca.

A escolha de um deputado de primeiro mandato e de apenas 29 anos reforçou a ideia de que Paes privilegia seu grupo mais próximo e dá pouco espaço para quem é de fora. Cavaliere foi seu secretário da Casa Civil

Em dois dos seus três mandatos na prefeitura, Paes teve vices de outros partidos, que tiveram poderes limitados.

Caso a chapa seja eleita, o futuro vice deverá herdar a prefeitura em abril de 2026, quando Paes terá que renunciar caso decida concorrer ao governo.

Assim, Cavaliere ficaria à frente da prefeitura por dois anos e oito meses e ainda poderia disputar a reeleição em 2028. Não seria o que Michel Temer classificou de "vice decorativo" — companheiro de chapa da presidente Dilma Rousseff, ele se queixava de não ter poder.

O favorito era o deputado Pedro Paulo (PSD), antigo aliado de Paes, mas a circulação de vídeo de teor sexual complicou tudo. Houve então a expectativa de que fosse indicado o presidente da Câmara do Rio, Carlo Caiado (PSD), ou o ex-deputado André Ceciliano (PT).

Paes, que se orgulha de conhecer bem o Rio, citou números errados ao minimizar prováveis consequências no trânsito do futuro estádio do Flamengo, que ficará na Leopoldina.

Na região há frequentes engarrafamentos de veículos que fazem, principalmente, o trajeto entre o Centro e as zonas Norte e Oeste da cidade.

Após a venda do terreno em leilão promovido pela prefeitura, Paes disse que o estádio ficará a 700 metros de estações de trem e de metrô.

O Google Maps mostra que as distâncias são bem maiores: 1,6 quilômetro da estação Praça da Bandeira, da SuperVia, e 1,7 quilômetro da estação Cidade Nova, do metrô.

As investigações em torno do deputado Delegado Ramagem (PL) e sua falta de traquejo preocupam aliados e animam outros concorrentes de direita. Ninguém fala abertamente, mas é grande a expectativa de que o escolhido por Jair Bolsonaro afunde e abra espaços.

Para supostamente facilitar sua aproximação com eleitores de favelas que criticam a polícia, Ramagem deverá trocar seu nome político e deixar de lado o "Delegado" que lhe serve de prenome na Câmara. O policial federal voltaria, assim, a ser chamado de Alexandre.

A campanha de Guilherme Boulos (Psol) à prefeitura de São Paulo quer aproveitar o debate do próximo 8, na Band, para insistir em ligar o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, a Bolsonaro. E, de quebra, lembrar que Boulos é apoiado por Lula.

Em busca do eleitor não identificado com a esquerda, Boulos incluiu em seu programa de governo um incentivo ao empreendedorismo: promete subsidiar o aluguel de escritórios, no hoje quase abandonado Centro da cidade, para profissionais recém-formados.