Setores da oposição querem transformar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes no ponto de partida de uma grande mobilização nacional.

Sabem que será quase impossível que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), dê encaminhamento ao pedido, mas isso não impede que os fatos revelados pela Folha de S.Paulo sejam usados para desgastar Moraes e enfraquecer as acusações contra Jair Bolsonaro.

"A casa caiu, o que houve foi vergonhoso, escandaloso. As mensagens (entre subordinados de Moraes) mostram uma perseguição política que nao é digna de uma democracia", afirma o senador Carlos Portinho (PL-RJ), que fala em "movimento popular" pelo impeachment.

A revelação das mensagens em que assessores de Moraes pedem ao Tribunal Superior Eleitoral envio de material publicado em redes sociais por bolsonaristas será usada também para buscar anulação de provas e de acusações. Será usada a tese de parcialidade do relator.

Assim que souberam da notícia publicada pela Folha, ministros do STF se articularam e combinaram que fariam manifestações públicas em defesa de Moraes. Isto, para preservar as investigações e, ao mesmo tempo, impedir a abertura da porteira do impeachment.

Num país tão polarizado, partidos de esquerda e de direita exibem, pelo menos, um ponto em comum: a imposição de dificuldades a mulheres que tentam entrar na atividade política.

As queixas em relação aos obstáculos por elas enfrentados fazem parte do livro "Candidatas: os primeiros passos das mulheres na política do Brasil" (FGV Editora), de Débora Thomé e Malu Gatto.

Segundo Débora, a queixa foi praticamente unânime entre as 79 mulheres que elas entrevistaram, todas candidatas em 2020 ou 2022. Diz que as reclamações iam da falta de dinheiro destinado pelos partidos à ausência de de convites para eventos.

Segundo ela, muitas candidatas apontadas como "laranjas", indicadas apenas para cumprir cotas, encaram seriamente suas campanhas eleitorais — apenas acabam sendo deixadas de lado pelos partidos. "Elas são transformadas em 'laranjas'", ressalta.

Para a autora, as dificuldades de acesso de mulheres ao universo político refletem o que ocorre no mercado de trabalho, onde a grande presença feminina não se manifesta na ocupação de cargos de direção. Dos deputados federais do país, apenas 18% são mulheres.

A nova performance teatral do empresário Pablo Marçal (PRTB) no debate de ontem entre candidatos à prefeitura paulistana criou um problema nas campanhas: a dificuldade de lidar com um adversário agressivo, que subverte as regras e faz ótimo uso das redes sociais.

Depois do fim do debate, Guilherme Boulos (Psol), que havia sido provocado por Marçal, disse que o pegaria "lá fora". Ricardo Nunes (MDB) avalia se vale a pena participar de novos encontros. À saída, Marçal foi cercado por alunos da FAAP, faculdade de elite em São Paulo.