Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Deputado: alíquota do IVA será menor que carga atual

Benevides Filho: peso dos impostos sobre consumo | Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Um dos deputados mais influentes na discussão de questões econômicas, Mauro Benevides Filho (PDT-CE) disse à coluna que, mesmo que chegue a 28%, a alíquota do futuro imposto único será menor que a soma dos tributos que serão substituídos.

Segundo ele, as peculiaridades na cobrança dos atuais impostos sobre consumo fazem com que, na prática, eles cheguem a 34,8%, percentual bem maior que o de 26,5% inicialmente previsto pelo governo e o de 28% agora admitido pelo Ministério da Fazenda.

Benevides Filho reconheceu que o IVA brasileiro será o maior do mundo caso a estimativa inicial seja superada. Mas isso, frisou, é devido ao fato de nossa carga tributária ser muito focada no consumo e não na renda.

 

Outros países

Ressaltou que países como Alemanha e Estados Unidos têm IVA bem menor porque cobram impostos mais pesados sobre propriedade e renda, tributos que pesam principalmente sobre os mais ricos. Ao taxar consumo, o Brasil prejudica os pobres.

Mundo caiu

Setores da esquerda e até Paulo Guedes, então ministro da Economia de Jair Bolsonaro, defenderam a maior taxação de renda, como a cobrança de impostos sobre dividendos distribuídos a empresários. "O mundo veio abaixo", comentou o deputado.

Países desenvolvidos cobram mais sobre a renda

Regulamentação da reforma será votada pelo Senado | Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Estudo da Instituição Fiscal Independente, do Senado, revelou que, entre os membros da OCDE — organização que reúne países de economias mais fortes —, os impostos sobre consumo representam, em média, 31,9% da carga tributária. No Brasil, o percentual foi de 40,2% em 2022 (27,4% vieram de impostos cobrados sobre a renda; 25,9%, de salários; 4,8%, de propriedades).

O estudo destaca que as economias "maduras e desenvolvidas" concentram sua arrecadação em renda e propriedades; isto, para a "configuração de um sistema tributário justo do ponto de vista social". Impostos sobre consumo recaem igualmente sobre ricos e pobres.

Ausências

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, não deverá ir ao debate, no próximo domingo, na TV Gazeta. Guilherme Boulos (Psol) e José Luiz Datena (PSDB) tendem a fazer o mesmo. Tudo, para tentar isolar Pablo Marçal (PRTB).

Tabata vai

A estratégia de tentar esvaziar Marçal tem sido articulada entre os marqueteiros dos três candidatos. Tabata Amaral (PSB) tem usado a provável nova ausência de adversários para tentar polarizar com o empresário e, nas redes sociais, reafirma que irá ao confronto.

Ataques

Quinta colocada na última pesquisa Datafolha, com 8% das preferências, Tabata publicou, nos últimos dias, vídeos em que faz duras críticas a Marçal. Lembra que ele foi condenado por fraude, questiona a origem de seu dinheiro e insinua que é envolvido com o PCC.

Juntos

Quem conhece Brasília aposta que Rodrigo Pacheco (PSD-MG) está hoje mais próximo de Lula do que de seu antecessor e provável sucessor na presidência do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Isso explicaria sua anuência a mudanças nas emendas parlamentares.