As fotos em que candidatos à presidência da Câmara aparecem sorrindo ao lado de aliados escondem o climão que vaga pelos corredores da Casa desde que o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) correu por fora e despontou como favorito para o cargo.

Preteridos pelo atual presidente, Arthur Lira (PP-AL), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA) sequer apareceram na reunião de anteontem de lideranças partidárias com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Lira tem repetido que jamais se comprometera em indicar Elmar. Insiste que considerava Motta uma boa opção caso não houvesse consenso e se o presidente do Republicamos, Marcos Pereira (SP), retirasse sua candidatura.

O problema é que Elmar, apesar da resistência do Palácio do Planalto, já pensava no terno e na gravata que usaria na posse. Sentido-se traído pelo amigo Lira, resolveu continuar em campanha, agora fazendo dobradinha com Brito, que era o favorito do Planalto.

O líder do PT, Odair Cunha (MG), foi que anunciou o apoio de Lira a Motta. O presidente da Câmara não desmentiu a informação, mas, pelo menos até o fim da tarde de ontem, não havia feito um anúncio público de sua opção. Políticos experientes evitam fechar portas.

O resultado da pesquisa do Datafolha que indica um crescimento de cinco pontos de Ricardo Nunes (MDB) está sendo visto em sua campanha como uma confirmação de tese defendida há meses por lá: a de que muitos eleitores paulistanos estariam mais preocupados com a administração da cidade do que com questões nacionais.

O MDB e aliados procuraram emplacar a imagem de que Nunes era um síndico, uma forma também de fugir da identificação com Jair Bolsonaro, muito rejeitado na capital. A ascensão de Pablo Marçal chegou a complicar os planos do atual prefeito, mas, agora, a situação é vista como mais favorável.

A resistência do ex-presidente em dar apoio explícito a Nunes e suas idas e vindas em relação a Marçal facilitaram a tarefa. Como frisou um aliado, não dá pra dizer que o prefeito que tenta a reeleição depende apenas dos votos de simpatizantes de Bolsonaro.

A campanha de Guilherme Boulos (Psol) também comemorou a pesquisa: a oscilação positiva de dois pontos percentuais indica que o candidato pode ter voltado a crescer. A liderança entre jovens e o crescimento do apoio entre pobres foram bem destacados.

Presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR) protocolou projeto para proibir a publicidade das casas de apostas. Na justificativa, afirma que a medida é essencial para "reduzir a exposição da população a conteúdos que podem induzir ao comportamento de risco".

A proposta fala em impedir "as ações de comunicação, de publicidade e de marketing da loteria de apostas de quota fixa". Ou seja, caso aprovado, o projeto de Gleisi afetaria até mesmo a exposição das marcas das bets em estádios e em camisas de times de futebol.