Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Líderes de pesquisa procuram isolar Marçal no debate

Boulos e Nunes não fizeram perguntas ao coach | Foto: Reprodução/RedeTV/UOL

Nada indica que houve uma combinação prévia, mas o debate de ontem entre candidatos à prefeitura de São Paulo mostrou que Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (Psol) procuraram isolar Pablo Marçal (PRTB). Nenhum dos dois dirigiu perguntas ao coach, que com eles disputa a liderança das pesquisas eleitorais.

A dobradinha dos dois — à frente na última pesquisa Datafolha — fez também com que um dirigisse perguntas ao outro nos dois blocos reservados para um confronto direto entre os candidatos.

Marçal recebeu questionamentos de Tabata Amaral (PSB) e de Marina Helena (Novo). Ele fez uma pergunta a Nunes e provocou um bate-boca com o prefeito que precisou ser contido pela mediadora, Amanda Klein.

 

Café com leite

José Luiz Datena (PSDB), que agrediu Marçal domingo, recebeu perguntas amenas dos candidatos do MDB e do Psol, de olho em seus eleitores. O contexto do debate fez com que prefeito fosse obrigado a questionar o tucano; Boulos o escolheu livrevmente.

Vitimização

A presença de Marçal em debates poderia ser barrada pelas TVs e por outros candidatos — dois terços destes precisam aprovar o convite ao representante de partido sem representante no Congresso. Mas os adversários temem que ele use a medida para se vitimizar.

Psol arrumou sarna inútil para Boulos se coçar

STF fixou limite de 40 gramas de maconha | Foto: Antonio Augusto/SCO/STF

Sete dos 13 deputados do Psol criaram um problema desnecessário para Boulos ao apresentarem projeto que, com base em decisão do Supremo Tribunal Federal, anistia condenados com até 40 gramas de maconha. O tema tem sido explorado por Nunes — segundo ele, a proposta possibilita libertar 42 mil traficantes.

Mas o projeto, 2.622/2024, prevê anistiar apenas condenados pelo artigo 28 da lei 11.343/2026, que trata de punições alternativas para usuários de drogas, como presença em palestras. Como disse à coluna um juiz criminal, ninguém vai pra cadeia com base no artigo 28 (o que gera prisões é o de número 33 da mesma lei).

Não sabia

Apesar de Nunes ter criticado o projeto durante o debate de domingo, Boulos demonstrou, ontem, não saber do que se tratava ao ser novamente questionado pelo prefeito. Foi socorrido por um assessor num intervalo, e voltou a dar uma resposta genérica.

Mudança

Boulos, agora, quer responder à acusação de Nunes sobre a eventual soltura de presos, que tem sido usada também na propaganda de TV. O psolista, que, em 2018, disse ser favorável à descriminalização das drogas, hoje afirma defender diferenciar usuário de traficante.

Secura

Em Brasília, tempo seco também na Câmara — o terreno para votações importantes só deverá ser irrigado na segunda semana de outubro, depois do primeiro turno da eleição. Hoje, no máximo, deverá ser votado um projeto que complementa a ajuda ao Rio Grande do Sul.

Bombeiro

Sem conseguir controlar o incêndio provocado pela disputa pelo cargo que ocupará até o início de fevereiro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi ontem ao Planalto. Discutiu com Lula maneiras para combater o fogo que arrasa matas e plantações pelo país.