Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Esquerda avalia que Elmar está fora do jogo

Deputado insiste em presidir a Câmara | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Apesar do esforço feito por Elmar Nascimento (União Brasil-BA) para se aproximar do governo, a esquerda não vê chance de sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados prosperar.

Apesar de comandar três ministérios, seu partido é pouco fiel em votações de interesse do Planalto — ponto sempre lembrado.

Segundo a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o temperamento de Elmar não ajuda. Ele não tem bom relacionamento com muitos deputados e é tido como explosivo.

Para ela, ao ficar sem a desejada parceria com o atual presidente, Arthur Lira (PP-AL), o deputado do União perdeu qualquer chance de ser eleito. "Ele não é mais candidato de ninguém", ressalta. Afirma que o apoio da esquerda está indefinido

 

Cenário

Jandira frisa que será buscada uma posição de consenso na base governista. É preciso também definir se Hugo Motta (Republicanos-PP) será candidato único — o que ela não descarta — ou se Antonio Brito (PSD-BA) vai permanecer na disputa. Diz que o PSD é muito fiel.

Deletou

Semana passada, o líder do PT, Odair Cunha (MG), apagou post no Instagram em que demonstrava entusiasmo pela candidatura de Motta e disse que iria submeter seu nome à bancada. A publicação ocorreu depois de um almoço com ele, Lira e outros líderes.

Governo quer compromissos antes de anunciar apoio

Para Jandira Feghali, esquerda virou cisne | Foto: Câmara dos Deputados

A decisão do PT e de outros partidos de esquerda de evitar um apoio a Motta agora está relacionada à importância que o grupo ganhou com a falta de consenso. "Viramos cisne", brinca Jandira.

O governo sabe que não força para impor um candidato, mas vê na disputa a chance de não ficar numa posição subalterna no processo. É hora de negociar compromissos, de vender caro sua adesão.

O PL de Jair Bolsonaro não esconde que procura condicionar a entrega de seus votos ao compromisso de votação de uma anistia para condenados e acusados pelo 8 de Janeiro. O líder do partido, Altineu Côrtes (RJ), também foi ao almoço.

Antecipação

Ao concentrar ataques no prefeito paulistano Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, Guilherme Boulos (Psol) tenta antecipar a batalha do segundo turno. Pelas pesquisas, ele derrotaria Pablo Marçal (PTRB), mas o emedebista é que deverá ser seu adversário.

Vantagem

Para aliados de Boulos, não há tempo a perder: é preciso diminuir já a distância entre ele e Nunes para tornar a disputa mais acirrada num eventual segundo turno — hoje, de acordo com o Datafolha, o prefeito teria 15 pontos de vantagem (52 a 37) na rodada decisiva.

B.O. na TV

O primeiro turno é no dia 6; o segundo, dia 27 — entre as duas datas haverá apenas 15 dias de propaganda no rádio e TV. Daí os ataques a Nunes: a campanha do Psol recuperou o boletim de ocorrência em que a mulher dele o acusa de violência doméstica.

Paes na garoa

O formulário da pesquisa AtlasIntel sobre a eleição no Rio enviado para internautas continha erro: perguntava se o eleitor preferia Eduardo Paes ou Alexandre Ramagem num segundo turno para prefeito de... São Paulo. Nem um inimigo de Paes desejaria isso para ele.