O soco desferido por assessor de Pablo Marçal em marqueteiro do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ameaça a participação do candidato do PRTB em dois dos três debates previstos para este primeiro turno.

O Correio Bastidores apurou que a TV Record, o jornal Folha de S.Paulo e seu parceiro UOL estudam desconvidar Marçal para os encontros que promoverão nos próximos dias 28 e 30, respectivamente.

Como o PRTB não tem cinco representantes no Congresso, as rádios e TVs abertas não são obrigadas a convidar seus filiados para os debates. Jornais e portais — caso da Folha e do UOL — têm o direito de definir seus critérios.

Brecha na legislação possibilita que Marçal seja barrado por adversários em debates de TV.

Segundo a lei, as regras dos debates, inclusive em relação ao número de participantes, têm que ser aprovadas por dois terços dos candidatos aptos. Estes, em São Paulo, são cinco: dois deles poderiam barrar Marçal, como explicou à coluna um advogado especializado no tema.

Tabata Amaral (PSB) divulgou nota em que cobra de veículos de comunicação motivos que os levam a convidar candidatos como Marçal. Apesar da agressão ao marqueteiro Dida Lima, Nunes não deverá tentar impedir a presença do adversário em debates.

Guilheme Boulos (Psol) é outro que não deverá criar obstáculos para Marçal: ele aproveitou o soco de Nahuel Medina em Lima para ressaltar a animosidade entre os candidatos do PRTB e do MDB.

Ressaltou que, antes mesmo do debate, Marçal e Nunes trocaram xingamentos. No encontro anterior, psolista também tinha frisado um embate entre os adversários.

Dono de um alto índice de rejeição, Boulos tem tentado grudar no prefeito a imagem de que ele é destemperado, que, como Marçal, comporta-se com um aluno da quinta série. Quer diminuir assim o percentual dos veem em Nunes um candidato mais equilibrado.

Ex-presidente do Psol e integrante da campanha de Boulos, Juliano Medeiros postou no Instagram que passou da hora de emissoras repensarem convites a Marçal. Diz que a política está virando"show de horrores" e chama o adversário de "arruaceiro", "canalha" e "bandido".

Presidente do PSB, Carlos Siqueira afirmou ao Correio Bastidores que deixou de acompanhar os debates da eleição de São Paulo. Reclamou no nível desses problemas que, para ele, "degringolaram". Também ressaltou que Marçal não precisa ser convidado.

Presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse à coluna que, em outubro, depois do primeiro turno da eleição, vai procurar os ministérios da Fazenda e da Casa Civil para conversar sobre seu projeto que impede a publicidade de casas de apostas.

O projeto, apresentado no dia 11, prevê "a vedação das ações de comunicação, publicidade e marketing" das bets, inclusive na internet. Segundo Gleisi, a maioria da bancada do PT é favorável à proposta — ela prevê, porém que o assunto vai gerar muitas pressões.